A ti te entrego a minha sorte, espero a queda do desejo para as mãos da escuridão, deixo a minha fortuna nas mãos do conhecimento. Adormeço pela beira do lago, sempre os cantigos Celtas, cantos meus e teus, na minha mente, memórias de dois pássaros convertidos às sombras dos próprios destinos. Antigos princípios, agora sementes de ideais nas mentes dos jovens que encontraram agora o caminho até à Deusa, vivendo e morrendo na sua imortalidade. Somos soldados de papel nas mãos de madeira que nos conduzem para a ignorância. Somos tu e eu e um fim que não há de vir.
Troco a visão pelo dom do teu toque, dou-te a minha espada se desembainhares livremente a tua beleza encantada, escondida por detrás dessa máscara, na qual eu durmo e sonho, viro e reviro, procurando uma forma de chegar aos teus olhos e agarrar a tua alma perto da minha. Sangro as palavras que te digo, respiro o ar que deixas para trás, contamino as tuas redondezas com o meu olhar furtivo, dia e noite, procuro em ti mais que emoções, procuro-te a ti. E no fundo de um poço de localização desconhecida para mim tu repousas, aguardando que outra pedra te caia na cabeça ou que a água suba até que não consigas respirar pois não sabes nadar.
Em geral, todos os ventos vêm e vão, deixam para trás marcas, levam risos, roubam gargalhadas mas não conseguem ocultar os sorrisos que se estendem nas nossas caras, o brilhos nos nossos olhares, o conforto que sinto quando te seguro nos braços, a beleza das tuas lágrimas à medida que elas caem no chão que pisas. E tudo o que peço quando te vejo chorar é apenas que respires para que tenha a certeza de que ainda estás viva e que a mais remota hipótese de ficar acordado a escrever-te poemas de amor eterno ainda seja possível. Então acenas e preto é tudo o vejo à minha frente.
Os anos passam e a amargura é tudo o que fica, dizes-me tu. E depois? Ficaste incapaz de amar, deixaste de permitir que outro ser te oferecesse calor numa noite de Inverno ou que se aproximasse de ti de forma carinhosa e com palavras de conforto tão mentirosas? Ficaste completamente insensível e apenas um muro que nunca vais conseguir ultrapassar se ergue à tua frente? Mesmo assim consigo ver que és tu a passar as noites ao relento, observando as estrelas e prometendo um espaço para ti quando a tua alma partir para outra morte.
2 comentários:
Nunca ficarei incapaz de amar... não enquanto as árvores se agitarem na suave brisa, enquanto existirem céus estrelados e enquanto a Lua brilhar no negro céu...
Continuo a acreditar... Espero que tu também...
Simplesmente Sublime!!!!!!
Obrigada por partilhares connosco a magia que a tua Musa te inspira!...
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