segunda-feira, 28 de julho de 2008

So the curse lives on...

O que virá, virá. Passo por outra esquina desta vila com este pensamento, sentindo-me pesado e cansado, precisando de algo de novo para mudar a rotina a que tu me habituaste. Abraço a noite, esperando que me apareças de surpresa na frente e que me deixes deitar no teu regaço, enrolado nos teus braços e sonhar até não haver mais limites. Mas na minha frente só existe o olhar e luz da Lua que me vai iluminando o caminho por entre ruas perdidas e destroços de um grande império de outrora. Grito para grutas para ouvir o meu eco e aproveito o silêncio para destruir um pouco mais da minha mente. O vento leva a serenidade que já em mim habitou, tão brevemente...
Respiro as aragens da montanha mais alta, coberto de sombras de árvores e folhas de arbustos, remexendo novamente na minha alma, procurando uma visão, uma silhueta de ti mas tudo o que eu encontro é um grande vazio que palavras não servem para preencher nem descrever. Viro a atenção para o ar que rodopia e imagino a tua face desenhada nas nuvens, cobrindo o céu azul com lágrimas cinzentas que queimam todos menos eu. Volto à minha realidade onde estou sozinho mas rodeado de sombras coloridas que nada significam para mim, estão apenas de passagem. Olho sem lágrimas e tento voltar a identificar-me com a indiferença e a insensibilidade. Viro-me para o orgulho e uso-o como escudo, escondo-me atrás de um sorriso morto.
Re-conto histórias de tempos passados, figuras inexistentes, fantasias de uma mente infantil, aproveito o dom que Ela me deu para conquistar as raparigas mais difíceis e rejeito passar a noite ao alento sem ninguém nos meus braços. Conto-as por entre braços presos na vergonha, fixo-me no meu olhar e vejo se ainda brilha lá algo e tudo o que encontro são as tuas palavras perdidas numa noite de calor emocional. Fizeste-me sorrir e com essa mesma velocidade mo arrancaste. Fizeste-me sentir seguro e ter a certeza de que um dia irias ser minhas mas até isso levaste na tua viagem para longe de mim. Pinto este quadro de negro com palavras de desespero que faço transparecer num mar de subtis conversas e sexo sem sentido. Finalmente, com muito pesar te digo, you've been nothing but a friend to me... tristemente porque tu sabes que eu quero mais que isso mas sinto que te perdi de vez.

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