quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Inverno
Inverno que me gelas a alma e o corpo. Neste coração sinuoso, protegido por uma muralha intransponível, de um desejo inconcebível, de encontrar, de sentir. Parar de insistir que este intratável coração bate, com a força de um animal, que bombeia sangue para as veias e sentimentos para alma, imparável. Entorpecida besta, conta-me as tuas destemidas histórias, as tuas aventuras pelas ruas de luxúria e paixão, em noites escaldantes de perdição ao seu corpo e mente. Na negrura das ruas em que caminhavas, das quais eras o rei pois sabias os seus cantos, mentiras, segredos, mistérios e histórias que ao mundo chocavam até à morte do mais além. Enterra-me a ignorância no canto do passado e concretiza o destino que está a escapar por se cumprir em ti.
Inverno que és toda a minha perversidade e mentira, o meu crime ainda por denunciar. No teu frio que trazes com a certeza de que o és, na tua escuridão infinita que exploro nas noites e dias, no meu pensamento. Inverno que és o crime da minha alma, o amor que ousei explorar sem medo de me magoar ou algum dia me arrepender e voltar atrás. Traz então a chuva que me acalma as noites, o som que corta as minhas fantasias, que as dobra, molda-as a seu belo prazer. E em prazer caio, noite após noite, pecado após pecado, vício favorito desta solidão que me conquista a rouquidão da alma. Porque preciso de gritar, berrar algo que o mar e o vento levem até à outra margem, que nunca mais me faça esquecer de que entreguei tudo o que sou e tudo o que podia dar, sem medos mas com imaturidade e inocência.
Inverno, fazes-me perder-me em mim e divagar nas razões que a levaram a partir. Por mares explorados à superfície, por terras que ainda temo caminhar, por onde não vou dia após dia para a conquistar. Conta-me, revela toda a verdade que entregaste à Lua de mão beijada, com toda a facilidade, confiando que uma mãe cuida do seu filho desnaturado, por mais que ele fuja de quem é e se tente esconder por trás de máscaras. Ainda não vi o produto do teu trabalho, do plano que tinhas para mim. Ou era isto tudo o que me podias dar? Uns dias e umas noites em que ela me aquecia, tão suavemente como tão obrigada. Se não me podias deixar estar, de me permitir nunca mudar. Conspiras contra mim e a minha existência. Tiras-me tu a restante sanidade. E no que vai tudo dar? Em inúmeras palavras e sentimentos que o meu coração acaba sempre por rejeitar.
Inverno que és toda a minha perversidade e mentira, o meu crime ainda por denunciar. No teu frio que trazes com a certeza de que o és, na tua escuridão infinita que exploro nas noites e dias, no meu pensamento. Inverno que és o crime da minha alma, o amor que ousei explorar sem medo de me magoar ou algum dia me arrepender e voltar atrás. Traz então a chuva que me acalma as noites, o som que corta as minhas fantasias, que as dobra, molda-as a seu belo prazer. E em prazer caio, noite após noite, pecado após pecado, vício favorito desta solidão que me conquista a rouquidão da alma. Porque preciso de gritar, berrar algo que o mar e o vento levem até à outra margem, que nunca mais me faça esquecer de que entreguei tudo o que sou e tudo o que podia dar, sem medos mas com imaturidade e inocência.
Inverno, fazes-me perder-me em mim e divagar nas razões que a levaram a partir. Por mares explorados à superfície, por terras que ainda temo caminhar, por onde não vou dia após dia para a conquistar. Conta-me, revela toda a verdade que entregaste à Lua de mão beijada, com toda a facilidade, confiando que uma mãe cuida do seu filho desnaturado, por mais que ele fuja de quem é e se tente esconder por trás de máscaras. Ainda não vi o produto do teu trabalho, do plano que tinhas para mim. Ou era isto tudo o que me podias dar? Uns dias e umas noites em que ela me aquecia, tão suavemente como tão obrigada. Se não me podias deixar estar, de me permitir nunca mudar. Conspiras contra mim e a minha existência. Tiras-me tu a restante sanidade. E no que vai tudo dar? Em inúmeras palavras e sentimentos que o meu coração acaba sempre por rejeitar.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
A noite não é justa
A noite não é justa. O reflexo do vazio, para que serve? Porque alimentamos tanta a nossa angústia, raiva que leva a mais raiva, vontades homicidas, acções injustificadas. Confessa-se a ignorância e julga-se justo. Somos alguém para julgar os outros pretensos "alguéns"? Tenho promessas a cumprir, objectivos a concretizar, não tenho tempo para isto, para eles e os seus olhares. Não é que me sinta perseguido, apenas me mata um pouco por dentro a hipocrisia destas pessoas. Dizer e reclamar e no final não o ser. Querem modelos, constroem heróis, vivem de mentiras, em mundos de fantasia que querem transpôr para a realidade. E quando acordam, vêm uma realidade bem mais fria do que queriam, baixam os braços, desistem e juntam-se a todos os outros que esse caminho percorreram. Todos zombies, intelectos mortos e corpos a apodrecer. Eu digo, que apodreçam em paz porque em paz eu governo o meu pequeno mundo imaginário. E lá sou feliz porque tudo me corre como quero, tudo vai bem, o Sol brilha quando deve brilhar, explode quando a minha raiva devo exterminar, apaga-se quando quero adormecer. E tudo isto porque uma sombra hoje passou por mim quando eu não dormi.
Não há mensagem a passar, sentidos negativos a recordar, vez sem conta e ainda desconfiam. Não encontro boas intenções, os esforços tornaram-se mais fardos do que actos de boa gestão pelo futuro daqueles que ainda não existem. Faz tudo parte de uma memória esquizofrenia? Sei que sou um ser de mais perguntas que respostas, faço de tudo para responder às minhas perguntas, exploro o mundo que me rodeia por mim próprio, aceitando as consequências das causas que crio. Ainda assim os actos humanos levam a mais perguntas sem respostas e mesmo as respostas às perguntas criam muitas outras perguntas. Desperdiçamos tanto, damos tanto talento e inteligência, emoção e beleza pelo benefício da vanidade e da futilidade. É mais a ironia da Deusa na sua criação perfeita, porque todos nós somos perfeitos, pois tudo isto nos define como humanos. Somos qualificados para falhar, desistir, rendermos-nos, para vencer, dar alegrias, contentar. É uma certidão com que nascemos. Temos esta forma, seguimos este caminho porque somos humanos. Aceitamos isso e adaptamos-nos, na minha opinião, a nossa melhor qualidade. A quaisquer mudanças, adaptamos-nos. Muitos de nós até aguardam ansiosamente esta mudança. É um mundo cruel e frio, sim, mas é o nosso e é o que nós estamos a matar porque somos humanos.
Uma num milhão. Completa, verdadeira em momentos de loucura, com todos os seus complexos e medos. Uma em vários milhões. Não importa, é uma e isso é que é importante, ser ela. Uma. Um ser singular que existe por obra do acaso ou não tanto por isso. Existe, tanto quanto as nuvens lá fora. E isso alegra-me. Basta-me. Estar lá, do outro lado, feliz ou infeliz, a falar comigo ou em silêncio. Mais que uma ilusão, uma obra da minha imaginação, já a conheço há tempo suficiente para saber que ela é mais do que eu construí na minha mente. Absolutamente inacreditável, ela estar aqui. Inquietante, por vezes desconfortável, imprevisível, uma parede contra a qual corro, vez sem conta, de forma igual. Quando vou parar? Nem sei se quero parar. Acho que só me quero encostar à parede e adormecer. Imaginar com neve e uma vida feliz à beira de um lago, numa floresta. Adornar o sonho com o que ela me diz, com a sua voz, com o seu toque, os clichés da memória. E sonhar pela noite fora, acordado e sem luz de pensamentos sem ser ela. Única, sem menor das dúvidas.
Não há mensagem a passar, sentidos negativos a recordar, vez sem conta e ainda desconfiam. Não encontro boas intenções, os esforços tornaram-se mais fardos do que actos de boa gestão pelo futuro daqueles que ainda não existem. Faz tudo parte de uma memória esquizofrenia? Sei que sou um ser de mais perguntas que respostas, faço de tudo para responder às minhas perguntas, exploro o mundo que me rodeia por mim próprio, aceitando as consequências das causas que crio. Ainda assim os actos humanos levam a mais perguntas sem respostas e mesmo as respostas às perguntas criam muitas outras perguntas. Desperdiçamos tanto, damos tanto talento e inteligência, emoção e beleza pelo benefício da vanidade e da futilidade. É mais a ironia da Deusa na sua criação perfeita, porque todos nós somos perfeitos, pois tudo isto nos define como humanos. Somos qualificados para falhar, desistir, rendermos-nos, para vencer, dar alegrias, contentar. É uma certidão com que nascemos. Temos esta forma, seguimos este caminho porque somos humanos. Aceitamos isso e adaptamos-nos, na minha opinião, a nossa melhor qualidade. A quaisquer mudanças, adaptamos-nos. Muitos de nós até aguardam ansiosamente esta mudança. É um mundo cruel e frio, sim, mas é o nosso e é o que nós estamos a matar porque somos humanos.
Uma num milhão. Completa, verdadeira em momentos de loucura, com todos os seus complexos e medos. Uma em vários milhões. Não importa, é uma e isso é que é importante, ser ela. Uma. Um ser singular que existe por obra do acaso ou não tanto por isso. Existe, tanto quanto as nuvens lá fora. E isso alegra-me. Basta-me. Estar lá, do outro lado, feliz ou infeliz, a falar comigo ou em silêncio. Mais que uma ilusão, uma obra da minha imaginação, já a conheço há tempo suficiente para saber que ela é mais do que eu construí na minha mente. Absolutamente inacreditável, ela estar aqui. Inquietante, por vezes desconfortável, imprevisível, uma parede contra a qual corro, vez sem conta, de forma igual. Quando vou parar? Nem sei se quero parar. Acho que só me quero encostar à parede e adormecer. Imaginar com neve e uma vida feliz à beira de um lago, numa floresta. Adornar o sonho com o que ela me diz, com a sua voz, com o seu toque, os clichés da memória. E sonhar pela noite fora, acordado e sem luz de pensamentos sem ser ela. Única, sem menor das dúvidas.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Zhelia V
Estou contigo porque não sei de melhor, não encontrei o remédio para a infecção, a cura para a doença. Não me revolto, não me encolho, não sou eu quem escolhe, já é algo que faz parte de mim, fugir sem nada a encontrar e quando algo achar imediatamente o repudiar para nada mudar. É da parte da Natureza do meu ser, não há justificação, a razão de existir é apenas uma pretensa procura para me ocupar a mente e não deixar que um bicho como tu me roube do que é real. A vida como uma máscara, vivo então bem. Sobrevivência sobre tudo e todos, o objectivo mais ridículo que a existência em si. Eliminar, pisar, maltratar, torturar, fazer de tudo e algo mais apenas porque esta vida é mais importante para nós mesmos que a vida dos outros. E ainda assim estabelecem-se sonhos onde as pessoas vivem bem umas com as outras, as terras são verdes e tudo é perfeito. Tudo é tão absurdo quanto eu dizer que gosto de ti e que quero ficar ao teu lado para sempre.
Queimam-se as rosas, as fotografias ficam por tirar e os sorrisos são guardados para sempre. Quais tempos felizes em que me dizias que amavas? Quando eu era diferente, quando eu estive realmente na relação? Tudo piadas, guardadas com os sorrisos nas gavetas do imaginário. Sempre estável, sempre neutro, não há guerras por carências, não há discussões porque se fizeram coisas e demos tanto de nós e agora não vemos nada em troca. O que houve no inicio há agora, sem esforços nem mudanças. Continuo a usar-te para me esconder de tudo o resto, do mundo. Sem garantias de que não desisto, já que essa é a tua característica, sem promessas de que não caio na fraqueza de eventualmente me apaixonar por ti, tudo limitado ao físico, aceitas-me completo e nu nas noites quentes de Inverno e nas tardes frias de Primavera em que não nos vemos mais. E assim defino a minha felicidade, nunca me tragas o romance à porta para eu não acabar desamparado algures entre os livros das tuas fantasias e o meu wisky.
Nunca me vais conhecer, não me poderás tomar por garantido. Não revelarei o obscuro da minha mente nem o cinzento da minha alma. Assim te mantenho sã na mente, assim te mantenho controlada com a palma da minha mão, mexendo apenas as pontas dos dedos como que um mestre de fantoches, sendo tu a única interprete do espectáculo. E que bela interprete, o reflexo da perfeição humana. Bela em todos os sentidos, mexes-te ao ritmo do vento e até onde o meu cordel e a minha terrível personalidade te deixar ir. Abanas essas ancas e conquistas o palco, hipnotizas, iludes quem quer ser iludido. Mas por mim não passarás, dos teus picos já eu me desviei sua rosa podre que morre aos poucos por falta de água. Não me iludirás, serás sempre um mero instrumento, nada que me dá pena nem alegria. Não mexes em mim, não me matas com palavras de rejeição, não me trazes de volta à vida com um simples sorriso, não me controlas nem serás difícil de ultrapassar. Pelo chão ficarás, inerte, branca, um pedaço de lixo humano que eu aceitei acolher entre os meus lençóis durante tempos de necessidade...
Queimam-se as rosas, as fotografias ficam por tirar e os sorrisos são guardados para sempre. Quais tempos felizes em que me dizias que amavas? Quando eu era diferente, quando eu estive realmente na relação? Tudo piadas, guardadas com os sorrisos nas gavetas do imaginário. Sempre estável, sempre neutro, não há guerras por carências, não há discussões porque se fizeram coisas e demos tanto de nós e agora não vemos nada em troca. O que houve no inicio há agora, sem esforços nem mudanças. Continuo a usar-te para me esconder de tudo o resto, do mundo. Sem garantias de que não desisto, já que essa é a tua característica, sem promessas de que não caio na fraqueza de eventualmente me apaixonar por ti, tudo limitado ao físico, aceitas-me completo e nu nas noites quentes de Inverno e nas tardes frias de Primavera em que não nos vemos mais. E assim defino a minha felicidade, nunca me tragas o romance à porta para eu não acabar desamparado algures entre os livros das tuas fantasias e o meu wisky.
Nunca me vais conhecer, não me poderás tomar por garantido. Não revelarei o obscuro da minha mente nem o cinzento da minha alma. Assim te mantenho sã na mente, assim te mantenho controlada com a palma da minha mão, mexendo apenas as pontas dos dedos como que um mestre de fantoches, sendo tu a única interprete do espectáculo. E que bela interprete, o reflexo da perfeição humana. Bela em todos os sentidos, mexes-te ao ritmo do vento e até onde o meu cordel e a minha terrível personalidade te deixar ir. Abanas essas ancas e conquistas o palco, hipnotizas, iludes quem quer ser iludido. Mas por mim não passarás, dos teus picos já eu me desviei sua rosa podre que morre aos poucos por falta de água. Não me iludirás, serás sempre um mero instrumento, nada que me dá pena nem alegria. Não mexes em mim, não me matas com palavras de rejeição, não me trazes de volta à vida com um simples sorriso, não me controlas nem serás difícil de ultrapassar. Pelo chão ficarás, inerte, branca, um pedaço de lixo humano que eu aceitei acolher entre os meus lençóis durante tempos de necessidade...
Mais um suspiro na noite
Ah, mais um suspiro na noite. Os céus são incertos, a chuva é dissonante, domina-me a alma e prende-me a esta terra. Leva-me a perceber que estou frustrado por não seguir em frente. Escrevo e re-escrevo, arranho estas cicatrizes vezes sem conta, na esperança de hoje ser o dia em que finalmente te ultrapasso e que consigo ter uma vida minha. Confesso que me deixas confuso e cego. Demasiadas vezes feliz e enfeitiçado. Apenas uma palavra tua, um sentimento teu, uma demonstração livre e febril de que existes e a obsessão volta ao dono. Não sei se posso chamar de desespero o não te encontrar entre os meus braços debaixo da chuva, a sorrir. Tocar na tua pele, sentir-te comigo. Apenas sei que durmo e acordo com a minha mente ocupada por ti, neste pedaço de espaço que reclamaste para ti há tanto tempo. Fascinas-me de tal forma, iludes-me talvez, que luto para conter e apagar o que me vai nas entranhas. E sou demasiado criança, de longe demasiado imaturo para amar. Então que vem a ser isto? Que me prende a ti tanto? Recuso-me a acreditar que consigo fazer tal proeza pela qual tantos poetas e iludidos escreveram antes com uma mente tão jovial e limitada. Recuso-me a aceitar que já me perdi para isto que considero ser uma maldição. Aceito nisto tudo a condição de teres sido tu. Não sei porquê, talvez precise de alguém para culpar, para aliviar a carga, talvez precise de fugir à responsabilidade para restabelecer a ordem natural do meu mundo. Então já realizado de que sou, de que faço, apenas não o sei descrever nem consigo dizer com certeza de que sinto aquilo que por tantas bocas passa, levanto suspeitas de que me perco mais e mais neste poço, dia após dia, até ter medo do meu próprio pensamento e de encontrar que a minha verdade não se sobrepõe a de qualquer outra pessoa ou que tal justifique a minha ausência emocional de quaisquer outras responsabilidades ou alegrias. Temo porém que a minha causa e consequência possa desencadear uma nova cadeia de dor para ti, que crie novos fardos. Então calo a minha voz interior, não te querendo forçar a nada. Sinceramente, nem eu sei o que te forçaria. Se eu não o sei descrever, se não sei pôr em palavras o que é, então não tem qualquer direito a existir ou a ser pronunciado ao mundo. Ou se calhar até sei o que é, uma obsessão, apenas não o quero aceitar para me poder diferenciar de tantos outros que para tua terra remaram e da tua terra fugiram para achar o que realmente procuravam. Talvez seja tão fraco e fútil quanto os outros. Simplesmente queria ser mais, para ti e por mim. Passo o fardo mais uma vez ao tempo, tem sido ele o meu rei soberano, o mestre da minha vida desde que te conheci. Apenas me deixa em fúria que exista algo que eu não consiga controlar nem descrever.
domingo, 20 de dezembro de 2009
Alvoroço numa tarde de Outono
No alvoroço de uma tarde de Outono,
Persegues-me até aqui, dás-me o que é de mim,
Não fugindo à realidade, o nosso amor não possui calor nem gelo, pouco menos se pode chamar morno,
Por palavras re-escritas de sentimentos repetidos sem fim.
E se tudo continua assim, por vontade nossa,
Que praguejemos e nos enraiveçamos,
O conflito no nosso amor não faça mossa,
Nas infinitas noites em que o vento comunica que nos amamos.
Anunciamos os nossos defuntos corações, denunciamos as maldições dentro das nossas orações,
Que guerra esta por um pedaço de paz, o objectivo que não sei se alcançar sou capaz,
Por entre terras e porões, pelas quais o mar confessa canções,
E de dores que a alma trz e o teu toque me faz.
Persegues-me até aqui, dás-me o que é de mim,
Não fugindo à realidade, o nosso amor não possui calor nem gelo, pouco menos se pode chamar morno,
Por palavras re-escritas de sentimentos repetidos sem fim.
E se tudo continua assim, por vontade nossa,
Que praguejemos e nos enraiveçamos,
O conflito no nosso amor não faça mossa,
Nas infinitas noites em que o vento comunica que nos amamos.
Anunciamos os nossos defuntos corações, denunciamos as maldições dentro das nossas orações,
Que guerra esta por um pedaço de paz, o objectivo que não sei se alcançar sou capaz,
Por entre terras e porões, pelas quais o mar confessa canções,
E de dores que a alma trz e o teu toque me faz.
O apogeu da loucura
Que resta de ti e mim, o nosso conflito sem fim, pelas sombras do passado e brumas do futuro. Atrevessemos este campo em glória, com a nossa irrefutável resistência em admitirmos que somos e que nos atrevemos a sentir, um pelo outro e por nós mesmos. Acima do orgulho, onde encontramos a vontade e a força de fugirmos do que crescemos em nós? E porquê? Que ganhamos com tudo isto? Ganhamos a solidão que nos leva a escrever de futuros iguais mas tão longínquos um do outro. Ganhamos o poder de dizer que não à nossa parte mais humana. Ganhamos a insanidade da tristeza por não cedermos, por não nos revelarmos e encontrar a felicidade alternativa que fazer um ao outro sentir. As palavras são despendidas como fardos, pesos que nos levam a afundar mais e mais até não encontrarmos uma última luz para nos guiar. Aí não chegarão os fados para contar a inocência, o desconhecimento do calor nas noites mais frias. Essas são as que penso em ti e me lembro sempre de que não estás aqui.
Qual o saber da chuva? Chora para eu ver que sentes, para que a chuva ou o Sol sejam irrelevantes, para que o mar atravesse a terra e ainda assim eu te queira ao pé de mim. Corta as tuas veias para eu saber que sangras. Verdadeiras lágrimas cheias de coragem que se atiram livremente ao chão por ti. E tu estás perante mim tão livremente quanto elas se sacrificam por ti. Faz-me esquecer o mundo, livremente abandonar condições e restrições. Ensina-me a encontrar-te no escuro, prende-me e obriga-me a escolher-te a um mundo de prazer e luxúria. Prega-me à cruz e cura-me da obsessão. Deixa-me levar-te longe, recusa-me e aceita-me. Não me mudes e não te mudes, fica tu própria e permite amar-te, real e condicionalmente. Ama-me tu de forma infantil, de forma obcecada e distraída. De vez em quando, quando te der mais jeito, mesmo quando não o queres. Liberta a fúria e ajuda o jogo, afasta-me, puxa-me, agarra-me e repudia-me outra vez. Esconde-me e nunca me anuncies ao mundo, garante-me que nunca pertencemos um ao outro, torna isto automático para um dia voltarmos a procurar o especial em nós outra vez. Põe-me em dúvida, pinta-me de cinzento e tenta prender-me num canto do quarto. Tem ciúmes de quando sou olhado, rosna como uma leoa para afastares outras predadoras de mim, a presa. Alimenta-te de mim e sê eternamente a alma que eu toquei e nunca mais larguei.
Qual o saber da chuva? Chora para eu ver que sentes, para que a chuva ou o Sol sejam irrelevantes, para que o mar atravesse a terra e ainda assim eu te queira ao pé de mim. Corta as tuas veias para eu saber que sangras. Verdadeiras lágrimas cheias de coragem que se atiram livremente ao chão por ti. E tu estás perante mim tão livremente quanto elas se sacrificam por ti. Faz-me esquecer o mundo, livremente abandonar condições e restrições. Ensina-me a encontrar-te no escuro, prende-me e obriga-me a escolher-te a um mundo de prazer e luxúria. Prega-me à cruz e cura-me da obsessão. Deixa-me levar-te longe, recusa-me e aceita-me. Não me mudes e não te mudes, fica tu própria e permite amar-te, real e condicionalmente. Ama-me tu de forma infantil, de forma obcecada e distraída. De vez em quando, quando te der mais jeito, mesmo quando não o queres. Liberta a fúria e ajuda o jogo, afasta-me, puxa-me, agarra-me e repudia-me outra vez. Esconde-me e nunca me anuncies ao mundo, garante-me que nunca pertencemos um ao outro, torna isto automático para um dia voltarmos a procurar o especial em nós outra vez. Põe-me em dúvida, pinta-me de cinzento e tenta prender-me num canto do quarto. Tem ciúmes de quando sou olhado, rosna como uma leoa para afastares outras predadoras de mim, a presa. Alimenta-te de mim e sê eternamente a alma que eu toquei e nunca mais larguei.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Bless this bliss
This time I'm running away, this time it's my awful shame, amidst the blame of the cold December, you will lead me forever, into an remembrance circle. The images filter through the same space, in a frenetic race, alone they cry, no end in sight. The shadows seem to smile and wave as the scent of your neck draws more and more away from me. Like a parade, expecting the reflection of your milk white skin, I wonder through the streets of my mind, the night goes cold and I remember the time we once walked this path together, shared a drink together, shed a tear for each other.
Blessed be this bliss or the knowledge that we miss, somehow I'll find out a way to forget our kiss and the flavour of your lips. Heavenly divided, this divinity denied, blindly torn aside, love grown and kept inside. And so came the time for the harvest, the survival of wealthiest, I took your hand and led you trough the sand. Laid you down, my whisper was blown, kissed you softly and gaze at your eyes, kindly in pain. So the pane came to the ground, my happiness was not to be found, life carried on, your smile was gone. Tears came along with the rain, I was rejected with a simple 'goodbye' and no more came to be the story of you and me.
Blessed be this bliss or the knowledge that we miss, somehow I'll find out a way to forget our kiss and the flavour of your lips. Heavenly divided, this divinity denied, blindly torn aside, love grown and kept inside. And so came the time for the harvest, the survival of wealthiest, I took your hand and led you trough the sand. Laid you down, my whisper was blown, kissed you softly and gaze at your eyes, kindly in pain. So the pane came to the ground, my happiness was not to be found, life carried on, your smile was gone. Tears came along with the rain, I was rejected with a simple 'goodbye' and no more came to be the story of you and me.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Em tempos de refúgio
Enfim... Sinto-me frustrado. Todos os dias sentado em casa, aborrecido, sem nada para fazer. Não tenho escola para ter aulas, não tenho trabalho (ainda) para ir trabalhar, não tenho horas para adormecer e tira-me toda a energia acordar tarde. O que é de mim, o que faço eu aqui? Queria perseguir um sonho outra vez, foi adiado, quero viver uma vida mas aqui me encontro, sem energia ou motivação para o fazer. Quero fazer longas caminhadas e sentir a chuva a bater-me na cara. Tenho sempre algo em que pensar, estou constantemente a imaginar outras situações, outros locais, outras pessoas (mas tu és indispensável!). Quero dizer-te tudo o que tenho a dizer e livrar-me deste sentimento, desta desgraça, certamente uma maldição, mas quando penso que te posso ver só me apetece fugir porque não tenho a coragem de te dizer o que me vai no coração. Não me consigo corrigir e penso sempre que falhei. Tento não culpar nem julgar, ser melhor pessoa do que o espelho me diz mas... só me encontro a lamentar.
Em tempos de refúgio...
Em tempos de refúgio...
terça-feira, 20 de outubro de 2009
sábado, 10 de outubro de 2009
3 a.m. Philosophy
Man are born demons.
They die and go to what they call "Heaven".
Then they're born again and make this life a living Hell.
Hell is not beneath us, the Devil doesn't makes us evil or consumes our souls. We have total conscience of our acts, we are the very definition of "evil".
They die and go to what they call "Heaven".
Then they're born again and make this life a living Hell.
Hell is not beneath us, the Devil doesn't makes us evil or consumes our souls. We have total conscience of our acts, we are the very definition of "evil".
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Céus Distorcidos
O nevoeiro ia alto e a noite calma, já serenada estava a mente. Não havia mais palavras, mais gritos, mais raiva, nada que alterasse o ambiente da mente jovem que assistia a um conflito. O mundo lá fora era tão calmo, olhava ele pela janela fora enquanto as cicatrizes se alojavam na sua memória e lhe faziam esquecer de quem era. A tempestade daquela noite decorria dentro de portas. Não podiam as lágrimas parar, os berros cessar? Tão jovem e já tão marcado por dentro, não poderia ele crescer e conhecer a realidade mais tarde? A noite continuava e nem uma gota de chuva caía dos tenebrosos céus.
Parecia que a caneta lhe escorregava das mãos. Não conseguia escrever, da forma como as suas mãos estavam a tremer. O sangue fervia, a dor cortava. Sentado sozinho no seu quarto, sentido-se abandonado, escrevia o que mais temia. Fechava os olhos e abandonava o seu quarto, a sua casa, voava para uma ilha, só ele e a sua felicidade. A sua infância era um vazio, as memórias eram distorcidas e havia mais demónios e sombras que sorrisos. Andava à deriva, perdido, magoado, se não se sentia em casa, em que cama poderia ele descansar?
Já o espírito era selvagem e a esperança o tinha abandonado, solitário rapaz que caminhava a noite bêbado e desesperado. Caminhava mecanicamente, o destino era-lhe igual, tudo lhe era cinzento na altura. A alegria foi-lhe arrancada na infância. Coração partido e alma corrompida, caminhava e bebia, trabalhava, sempre na mesma rotina. Não dormia, tinha pesadelos, não escrevia, rasgava o papel perante tanta raiva e frustração. Palavras não descreviam o que ele não sentia, apenas o que lhe doía. Tudo poderia ser superado, sempre acreditou, ingenuamente, mas até ela o abandonou.
Parecia que a caneta lhe escorregava das mãos. Não conseguia escrever, da forma como as suas mãos estavam a tremer. O sangue fervia, a dor cortava. Sentado sozinho no seu quarto, sentido-se abandonado, escrevia o que mais temia. Fechava os olhos e abandonava o seu quarto, a sua casa, voava para uma ilha, só ele e a sua felicidade. A sua infância era um vazio, as memórias eram distorcidas e havia mais demónios e sombras que sorrisos. Andava à deriva, perdido, magoado, se não se sentia em casa, em que cama poderia ele descansar?
Já o espírito era selvagem e a esperança o tinha abandonado, solitário rapaz que caminhava a noite bêbado e desesperado. Caminhava mecanicamente, o destino era-lhe igual, tudo lhe era cinzento na altura. A alegria foi-lhe arrancada na infância. Coração partido e alma corrompida, caminhava e bebia, trabalhava, sempre na mesma rotina. Não dormia, tinha pesadelos, não escrevia, rasgava o papel perante tanta raiva e frustração. Palavras não descreviam o que ele não sentia, apenas o que lhe doía. Tudo poderia ser superado, sempre acreditou, ingenuamente, mas até ela o abandonou.
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Pecado
A noite ia alta e a Lua tardia. A sua luz incidia sobre olhos incandescentes perante o amor perdido e achado, distante e tão perto do coração. Bastava um toque, um olhar, o mais leve suspiro. As ruas molhadas da chuva reflectiam a sua pressa em chegar à sua casa, de encontrar o seu corpo deitado na cama, esperando-o, ansiando-o, desejando-o, mais que a cera das velas a queimarem o seu corpo, mais que o doce e subtil toque dos seus lençóis de seda, mais que a queda da noite e o nascer da Lua, anunciando o retorno dele.
Ele já quase corria, era frenético o seu passo, perante tal obsessão quem o poderia censurar? As ruas pareciam demasiado grandes, a escuridão crescia a passos temerosos, a distância parecia aumentar. Já a realidade se trocava com a fantasia, a sua mente já não permanecia onde o seu corpo andava. O seu espírito já divagava perante a promessa feita na manhã, o desejo já não era carnívoro, aquela tentação já não podia pecado, aquele desejo era mais que carnal. Queria senti-la, queria que ela o sentisse, saciá-la, servi-la, ser tanto dela quanto ela era sua. O vento fazia voar a sua capa, assobiava tão violentamente que até o assustava. Àquelas horas na rua, com tal pressa, com tal fome, só podia ser pecado, pensariam as senhoras e senhores que o vissem na rua. Recolheu então a capa e afogou os seus pensamentos no lento e doloroso dia que teve e no mesmo que terá no dia seguinte. Tinha de haver algo a distraí-lo, os gatos assustados não serviam. Como estaria ela?
Ela... ela mordia os lábios, olhava para as horas, agarrava-se firme à cama para não cair. Olhava para a janela, via a Lua no céu, tão grande e branca, cercada por estrelas. Pensaria se alguma vez poderia ser como ela, se poderia ser ela, refugiar-se na sua frieza. Mas não o desejava mesmo. Queria apenas aqueles momentos, que lhe pareciam demasiado breves, em que ele entrava de rompante por aquela porta e a tomava nos braços, largando-a apenas na manhã seguinte quando tinha de abandonar o quarto para que a sua irmã não os descobri-se. Sabia quanto se podia afogar naqueles momentos mas sabia, acima de tudo, como tinha de ficar consciente para que aquilo se prolonga-se. Não podia ser pecado, como poderia algo tão doce e tão bom, algo que fazia sentir tão bem, que a permitia dormir descansada, ser pecado.
Corria a noite tão devagar, atrás do seu ritmo. Finalmente chegado às paredes em que se desejava confinar sobe as escadas, lentamente. O barulho tem de ser mínimo, se não nulo. A luz das velas chama-o, indica-lhe o caminho. Lá vê a silhueta, já desesperada, do seu encanto, da sua vida, da sua tragédia. Qualquer dia haveria de fugir, não aguentaria mais aquela tortura, mas para já isto era tudo aquilo que precisava. Entra no quarto e fecha a porta, não consegue esconder o sorriso que lhe corre a face e lhe aperta o coração. Escorre-lhe alegria quando vê o sorriso devolvido. Percorre-lhe as mãos pelo tronco e ancas enquanto sente os seus braços à volta do seu pescoço, sente os seus lábios no seus e ouve a sua respiração ofegante. Pega-a então como ela tanto o desejava, leva-a para os seus lençóis de seda e aí lhe reviva o espírito. As velas são acessórios, a Lua um espectador e os lençóis um complemento a tudo o que desejavam. Sente-se dentro dela, como que uma parte dela, vagueia-lhe a alma e descobre-se lá, quente, febril, desejado e bem, Enrolam as mãos e contorcem-se os corpos, fundem-se as almas. Mais uma noite que desejavam que fosse para sempre. O suor já lhes corria pelo corpo mas a energia continuava a mesma. A mesma vontade, o mesmo desejo, o mesmo amor. Poderia aquilo morrer? O tempo diria. Para já ficavam-se pela luz das velas, a cera que delas escorria e as sementes da virtude que se espalhavam pelo leito do amor. A febre aumenta enquanto a noite decorria...
Ele já quase corria, era frenético o seu passo, perante tal obsessão quem o poderia censurar? As ruas pareciam demasiado grandes, a escuridão crescia a passos temerosos, a distância parecia aumentar. Já a realidade se trocava com a fantasia, a sua mente já não permanecia onde o seu corpo andava. O seu espírito já divagava perante a promessa feita na manhã, o desejo já não era carnívoro, aquela tentação já não podia pecado, aquele desejo era mais que carnal. Queria senti-la, queria que ela o sentisse, saciá-la, servi-la, ser tanto dela quanto ela era sua. O vento fazia voar a sua capa, assobiava tão violentamente que até o assustava. Àquelas horas na rua, com tal pressa, com tal fome, só podia ser pecado, pensariam as senhoras e senhores que o vissem na rua. Recolheu então a capa e afogou os seus pensamentos no lento e doloroso dia que teve e no mesmo que terá no dia seguinte. Tinha de haver algo a distraí-lo, os gatos assustados não serviam. Como estaria ela?
Ela... ela mordia os lábios, olhava para as horas, agarrava-se firme à cama para não cair. Olhava para a janela, via a Lua no céu, tão grande e branca, cercada por estrelas. Pensaria se alguma vez poderia ser como ela, se poderia ser ela, refugiar-se na sua frieza. Mas não o desejava mesmo. Queria apenas aqueles momentos, que lhe pareciam demasiado breves, em que ele entrava de rompante por aquela porta e a tomava nos braços, largando-a apenas na manhã seguinte quando tinha de abandonar o quarto para que a sua irmã não os descobri-se. Sabia quanto se podia afogar naqueles momentos mas sabia, acima de tudo, como tinha de ficar consciente para que aquilo se prolonga-se. Não podia ser pecado, como poderia algo tão doce e tão bom, algo que fazia sentir tão bem, que a permitia dormir descansada, ser pecado.
Corria a noite tão devagar, atrás do seu ritmo. Finalmente chegado às paredes em que se desejava confinar sobe as escadas, lentamente. O barulho tem de ser mínimo, se não nulo. A luz das velas chama-o, indica-lhe o caminho. Lá vê a silhueta, já desesperada, do seu encanto, da sua vida, da sua tragédia. Qualquer dia haveria de fugir, não aguentaria mais aquela tortura, mas para já isto era tudo aquilo que precisava. Entra no quarto e fecha a porta, não consegue esconder o sorriso que lhe corre a face e lhe aperta o coração. Escorre-lhe alegria quando vê o sorriso devolvido. Percorre-lhe as mãos pelo tronco e ancas enquanto sente os seus braços à volta do seu pescoço, sente os seus lábios no seus e ouve a sua respiração ofegante. Pega-a então como ela tanto o desejava, leva-a para os seus lençóis de seda e aí lhe reviva o espírito. As velas são acessórios, a Lua um espectador e os lençóis um complemento a tudo o que desejavam. Sente-se dentro dela, como que uma parte dela, vagueia-lhe a alma e descobre-se lá, quente, febril, desejado e bem, Enrolam as mãos e contorcem-se os corpos, fundem-se as almas. Mais uma noite que desejavam que fosse para sempre. O suor já lhes corria pelo corpo mas a energia continuava a mesma. A mesma vontade, o mesmo desejo, o mesmo amor. Poderia aquilo morrer? O tempo diria. Para já ficavam-se pela luz das velas, a cera que delas escorria e as sementes da virtude que se espalhavam pelo leito do amor. A febre aumenta enquanto a noite decorria...
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
A.M.O.T.E.
A.braço
M.ortal
O.stenta
- o
T.errível
E.ngano
Não me basta sonhar,
Não me chega pensar,
Sofro de tanto te desejar,
De tanto me relembrar que deixei esses teu lábios escapar...
São sedutoras, as mãos que emergem do desconhecido e nos agarram, desesperadas por viver e por dar vida. Assustador é tal o pensamento de que alguma vez viveu aqui o sentimento pois ele é a fonte da ignorância e é ele que nos deixa no escuro a tactear o mais infinito ar, procurando uma parede ou algo seguro a que nos agarrarmos. Desnorteados, somos nada, viemos do nada, procuramos o nada e sentimos o nada porque do nada nascemos e com nada morremos. Passa-nos a vida à frente, encostamos-nos a sorrisos e alegrias, a prazeres e luxúrias. Ocorre-me o pensamento, como podemos nós definir o interior com apenas uma palavra? Como podemos agregar tantas confusões, atirar um possível futuro por nada? Isto completa o nada que somos e o que desejamos ser. Não me parece justo definir o nosso interior com uma simples palavra, tal como não gostamos que sejamos etiquetados pelas roupas que vestimos, música que ouvimos ou ideologias/pensamentos que tenhamos.
Agora lembro das noites passadas, das horas que decorriam, o teu sorriso. Apercebia-me eu de que me estava a deixar enfeitiçar por ti, nem lutei contra tal, fui a favor da maré. Mudei, não por ti, mas porque tu me ensinaste tanto mais, mostraste-me que talvez a minha redoma pudesse ser um pouco mais alargada. Deste largas às minhas asas e encorajaste-me a fazer o que não me imaginei a fazer antes. Enquanto te via a ti, no tal desconhecido, como uma luz, diz-me o que viste aqui. Não usei palavras que acho ridículas, não por aquilo que devem descrever mas sim porque não descrevem nem parcialmente o sentimento. O sentimento é demasiado grande para pôr em palavras, para mostrar com gestos ou melodias. Terias de olhar nos olhos e procurar sem medo. Garanto que lá te encontrarias, bem guardada e segura. Não foi medo ou indiferença, não quis que fosses, não o és, não te posso dizer se serás ou não, apenas mais uma. Mas nisso me mostraste que eu era, cá eu me enterrei.
Que venham os despojos do pensamentos, os pecaminosos pedaços de sentimentos que se reúnem para formar um apenas, insuficientes em toda a sua grandeza e esplendor. Demasiado complexos o são, tentar compreendê-los é gastar o nosso tempo em vão, tentar usufruir de tal oferenda é forçar o que nada somos. Pois moldamos-nos conforme a pessoa que nos oferecer abrigo na noite. No final dizemos que foi tudo fingimento, uma ilusão, nunca houve ali nada porque a outra pessoa não era quem nos deu a entender. E a procura continua, tal como a mentira. Se há culpas a atribuir, porque não a nós? Porque são as pessoas vivem à nossa volta e não o mundo que gira connosco dentro dele.
M.ortal
O.stenta
- o
T.errível
E.ngano
Não me basta sonhar,
Não me chega pensar,
Sofro de tanto te desejar,
De tanto me relembrar que deixei esses teu lábios escapar...
São sedutoras, as mãos que emergem do desconhecido e nos agarram, desesperadas por viver e por dar vida. Assustador é tal o pensamento de que alguma vez viveu aqui o sentimento pois ele é a fonte da ignorância e é ele que nos deixa no escuro a tactear o mais infinito ar, procurando uma parede ou algo seguro a que nos agarrarmos. Desnorteados, somos nada, viemos do nada, procuramos o nada e sentimos o nada porque do nada nascemos e com nada morremos. Passa-nos a vida à frente, encostamos-nos a sorrisos e alegrias, a prazeres e luxúrias. Ocorre-me o pensamento, como podemos nós definir o interior com apenas uma palavra? Como podemos agregar tantas confusões, atirar um possível futuro por nada? Isto completa o nada que somos e o que desejamos ser. Não me parece justo definir o nosso interior com uma simples palavra, tal como não gostamos que sejamos etiquetados pelas roupas que vestimos, música que ouvimos ou ideologias/pensamentos que tenhamos.
Agora lembro das noites passadas, das horas que decorriam, o teu sorriso. Apercebia-me eu de que me estava a deixar enfeitiçar por ti, nem lutei contra tal, fui a favor da maré. Mudei, não por ti, mas porque tu me ensinaste tanto mais, mostraste-me que talvez a minha redoma pudesse ser um pouco mais alargada. Deste largas às minhas asas e encorajaste-me a fazer o que não me imaginei a fazer antes. Enquanto te via a ti, no tal desconhecido, como uma luz, diz-me o que viste aqui. Não usei palavras que acho ridículas, não por aquilo que devem descrever mas sim porque não descrevem nem parcialmente o sentimento. O sentimento é demasiado grande para pôr em palavras, para mostrar com gestos ou melodias. Terias de olhar nos olhos e procurar sem medo. Garanto que lá te encontrarias, bem guardada e segura. Não foi medo ou indiferença, não quis que fosses, não o és, não te posso dizer se serás ou não, apenas mais uma. Mas nisso me mostraste que eu era, cá eu me enterrei.
Que venham os despojos do pensamentos, os pecaminosos pedaços de sentimentos que se reúnem para formar um apenas, insuficientes em toda a sua grandeza e esplendor. Demasiado complexos o são, tentar compreendê-los é gastar o nosso tempo em vão, tentar usufruir de tal oferenda é forçar o que nada somos. Pois moldamos-nos conforme a pessoa que nos oferecer abrigo na noite. No final dizemos que foi tudo fingimento, uma ilusão, nunca houve ali nada porque a outra pessoa não era quem nos deu a entender. E a procura continua, tal como a mentira. Se há culpas a atribuir, porque não a nós? Porque são as pessoas vivem à nossa volta e não o mundo que gira connosco dentro dele.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Um brilho nos olhos
Preciso de me exprimir, contar toda a verdade, não esconder nada, porque a minha consciência me pesa, porque a escuridão me atrai, porque o desdenho que vejo nos olhos de desconhecidos me trai. E aí as palavras deixam de fazer sentido, os gestos são banais e as memórias são tudo a que nos pegamos numa noite fria onde não há mais lugar na alma para mais destruição. Desperdício de recursos e forças, seres entregues à sua execução por opção própria, como ratos, pequeno, impotentes, vazios absolutos. No seu egoísmo, são cegos à sua própria condição e lançam pragas à divindade que os criou, pelas dores, pelos seres, pelos caminhos que sozinhos escolheram e neles se perderam. Sem vergonha gritam à noite perjúrio na esperança de haver ajuda ali mas a única ajuda que encontram é aquela que sempre rejeitaram. Então caem, são a multidão que furo, ignoro, desprezo. Até ver a face dela, aí caio num estado estático, onde a destruição deixa de ser a alma mas algo a fugir. A sua angélica face, a sua doce voz, tudo o que ela é, procuro mais isso do que um bocadinho de morte.
Derivo no meu delírio, onde me falta a inteligência e a originalidade, onde sou comum, parte da multidão. Não nota em mim, ignora-me, despreza-me, fura-me o coração com uma estaca e o vazio fica onde o amor outrora foi. Mas há esperança, tanta quanto as estrelas no céu negro, na imensidão do Universo onde ela é nada, mais multidão, excepto a meus olhos. Admito que sou louco, perdido, um apaixonado que não sai do seu estado porque é confortável, porque gosta de aí estar, simplesmente porque gosto de a ver, ainda que ela seja distante e desconhecida. Não preciso de dias, de letras, de pessoas. Preciso da sua visão e da sua voz - não em mim - tão perto de mim que possa realmente tocar-lhe, minha divindade mascarada de dor. Conhece-la, ser-lhe algo mais, oferecer-lhe o meu ser por completa estabilização da minha mente. Egoísta! Como posso ver dor nos seus olhos e ainda querer-la para mim. Mudo de mim para sombra e observo à distância, sem nada fazer, esperando o tempo.
Afundando-se mais no seu buraco negro, estendo uma mão para a apanhar, tento ser a luz que tanto ela repele com os olhos. Se apenas ela visse o brilho nos seus olhos, se ao menos entende-se o significado dos meus. Mas não falo, não me exprimo, não quero ser mais dor. Posso tentar dar-lhe mais, ser-lhe mais mas mais ela se afunda, mais ela foge, mais ela se refugia no seu canto, pequena como ela é, onde não consigo chegar. Ainda estendo a mão, tanto por ela como por mim, esperando o seu toque. Dar-lhe uma flor para quando ela chegar aqui, puxada pela corrente da minha vontade, pintar-me da forma que ela quer para que eu seja alicerce da sua sobrevivência. Tudo para a ter aqui, nem que seja um retrato vivo do egoísmo que trará a completa morte do meu sorriso, nem que mate tudo o que sou. Tudo isto para algum dia dizer-lhe o que significa o brilho nos meus olhos porque eles só brilham quando a vejo e porque a vejo.
Derivo no meu delírio, onde me falta a inteligência e a originalidade, onde sou comum, parte da multidão. Não nota em mim, ignora-me, despreza-me, fura-me o coração com uma estaca e o vazio fica onde o amor outrora foi. Mas há esperança, tanta quanto as estrelas no céu negro, na imensidão do Universo onde ela é nada, mais multidão, excepto a meus olhos. Admito que sou louco, perdido, um apaixonado que não sai do seu estado porque é confortável, porque gosta de aí estar, simplesmente porque gosto de a ver, ainda que ela seja distante e desconhecida. Não preciso de dias, de letras, de pessoas. Preciso da sua visão e da sua voz - não em mim - tão perto de mim que possa realmente tocar-lhe, minha divindade mascarada de dor. Conhece-la, ser-lhe algo mais, oferecer-lhe o meu ser por completa estabilização da minha mente. Egoísta! Como posso ver dor nos seus olhos e ainda querer-la para mim. Mudo de mim para sombra e observo à distância, sem nada fazer, esperando o tempo.
Afundando-se mais no seu buraco negro, estendo uma mão para a apanhar, tento ser a luz que tanto ela repele com os olhos. Se apenas ela visse o brilho nos seus olhos, se ao menos entende-se o significado dos meus. Mas não falo, não me exprimo, não quero ser mais dor. Posso tentar dar-lhe mais, ser-lhe mais mas mais ela se afunda, mais ela foge, mais ela se refugia no seu canto, pequena como ela é, onde não consigo chegar. Ainda estendo a mão, tanto por ela como por mim, esperando o seu toque. Dar-lhe uma flor para quando ela chegar aqui, puxada pela corrente da minha vontade, pintar-me da forma que ela quer para que eu seja alicerce da sua sobrevivência. Tudo para a ter aqui, nem que seja um retrato vivo do egoísmo que trará a completa morte do meu sorriso, nem que mate tudo o que sou. Tudo isto para algum dia dizer-lhe o que significa o brilho nos meus olhos porque eles só brilham quando a vejo e porque a vejo.
sexta-feira, 10 de abril de 2009
São as paredes brancas
Farto destas paredes brancas a seguirem-me para todo o lado, cedo caio no chão da impureza e encontro lá o meu espelho há tanto tempo partido. Que tenho eu de dar ao mundo para estas paredes caírem para me deixarem ver a liberdade do céu azul e cinzento? Já tenho as mãos manchadas de sangue, limpo-as com a língua para saciar a minha sede e perder um pouco mais da minha sanidade. Já fiz o sacrifício de me levantar, voltar a sentar-me e esperar por um novo monstro para tomar conta. Já perdi sem nunca a ter, já a dei sem sequer a possuir, já a garanti sem sequer ter estado dele. E se a predefini foi porque um dia não consegui revelar força para seguir em frente e ser eu próprio. E, se sou eu próprio, que venha então outro monstro para mais uma vez manchar as mãos de sangue voltar a sentar-me, desta vez esperando nada, desta vez ser nada senão o silêncio que tanto espero e que tão devoto dele sou. Devoção cega, talvez ambição cega de me enganar outra vez, de ir contra outro muro, para ser mais um, para escalar o monte que toda a gente escalou para congelar no topo ou cair outra vez no chão. Tantas palavras e no final não consigo descrever o que quero ou o que sinto. Sinto ou escondo, na realidade. Quero uma parede de nuvens azuis do céu um chão verde da relva onde eu me possa sentar e relaxar.
Neste dia há um milhão de gotas que caem em cima de mim, que me limpam da sujidade que vou voltar a ganhar mal saia debaixo desta queda da água. Neste dia há um milhão de seres que se espalham por aí e fazem o mesmo que eu, parasitas, monstros, sombras, silêncios, Universos, mundos, realidades, destruição no seu conjunto imperfeito. E estes micro-organismos, que são para mim? Que fazem dentro de mim, porque se entranham dentro dos meus pensamentos e pesadelos, porque criam estas insónias, serei eu não outro ser que não um animal nocturno, deficiente à imagem humana, imperfeito à tal predefinição da sociedade humana, um exemplo daquilo que não se quer que as crianças sejam? Mas à superfície somos todos estranhos para os outros, no escuro não reconhecemos as faces ou as feições, será que aí ainda sentimos, odiamos e criamos predefinições? E então que importa a pele, os lábios, os seios, todas as líricas eróticas, todos os beijos? Importamos nós, o nosso pensamento retrogrado ou fechado, a nossa mente fechada e o nosso egoísmo, as nossas exclusividades para com a dor dos outros que nos rodeiam. Queremos os dias a passarem com única e exclusivamente aquele canto da nossa mente representado em carne ao nosso lado, sempre ao nosso lado. Apresentamos loucura e somo-la porque assim nos criaram ou assim acabámos por a conhecer e lhe apertar a mão com um sorriso. No fundo somos crianças na inocência da ignorância de como o Universo maior que o nosso mundo conjunto funciona.
Liberta o génio, destrói as mentes, sê diferente, consume o pouco que te resta, é uma vida tua e um direito a não reclamares. Toda a vida uma prisão, constantemente a demência ataca os fracos e a idade não perdoa esta fluorescente mente que ultrapassa o imaginário e o transparente. Supera as tuas dificuldades e torna-te o ser perfeito. Limita-te à tua insignificância, desiste dessa tua altitude imaginária. Difícil é definir que caminho seguir, quem ser, quem conhecer, o que algum dia esperamos ser. Aí não vão ser prados verdes, não vão ser arco-íris e uma vida que nos sonharam antes de sequer nos terem permitido pensar. Já nos disseram palavras, já nos caracterizam antes de abrirmos os olhos. Quem lhes deu permissão, quem permitiu que nos tocassem, que nos mostrassem o mundo, que nos falassem e contassem? Não somos mais donos de nós próprios, não somos uma revolução em crescimento, uma manifestação que abandona protestos durante a noite e se levanta outra vez durante o dia? Afinal parece que somos pedaços de cartões, corações partidos e mentes limitadas ao que os outros predefinem para nós. Já não somos donos de nós próprios. A dor já não é nossa, é de todos os outros. E para isso digo, que se foda a dor, é psicológica, que se lixe o futuro, é nosso para mudar, que sejamos nós próprios na menos mentira que consigamos encontrar.
Neste dia há um milhão de gotas que caem em cima de mim, que me limpam da sujidade que vou voltar a ganhar mal saia debaixo desta queda da água. Neste dia há um milhão de seres que se espalham por aí e fazem o mesmo que eu, parasitas, monstros, sombras, silêncios, Universos, mundos, realidades, destruição no seu conjunto imperfeito. E estes micro-organismos, que são para mim? Que fazem dentro de mim, porque se entranham dentro dos meus pensamentos e pesadelos, porque criam estas insónias, serei eu não outro ser que não um animal nocturno, deficiente à imagem humana, imperfeito à tal predefinição da sociedade humana, um exemplo daquilo que não se quer que as crianças sejam? Mas à superfície somos todos estranhos para os outros, no escuro não reconhecemos as faces ou as feições, será que aí ainda sentimos, odiamos e criamos predefinições? E então que importa a pele, os lábios, os seios, todas as líricas eróticas, todos os beijos? Importamos nós, o nosso pensamento retrogrado ou fechado, a nossa mente fechada e o nosso egoísmo, as nossas exclusividades para com a dor dos outros que nos rodeiam. Queremos os dias a passarem com única e exclusivamente aquele canto da nossa mente representado em carne ao nosso lado, sempre ao nosso lado. Apresentamos loucura e somo-la porque assim nos criaram ou assim acabámos por a conhecer e lhe apertar a mão com um sorriso. No fundo somos crianças na inocência da ignorância de como o Universo maior que o nosso mundo conjunto funciona.
Liberta o génio, destrói as mentes, sê diferente, consume o pouco que te resta, é uma vida tua e um direito a não reclamares. Toda a vida uma prisão, constantemente a demência ataca os fracos e a idade não perdoa esta fluorescente mente que ultrapassa o imaginário e o transparente. Supera as tuas dificuldades e torna-te o ser perfeito. Limita-te à tua insignificância, desiste dessa tua altitude imaginária. Difícil é definir que caminho seguir, quem ser, quem conhecer, o que algum dia esperamos ser. Aí não vão ser prados verdes, não vão ser arco-íris e uma vida que nos sonharam antes de sequer nos terem permitido pensar. Já nos disseram palavras, já nos caracterizam antes de abrirmos os olhos. Quem lhes deu permissão, quem permitiu que nos tocassem, que nos mostrassem o mundo, que nos falassem e contassem? Não somos mais donos de nós próprios, não somos uma revolução em crescimento, uma manifestação que abandona protestos durante a noite e se levanta outra vez durante o dia? Afinal parece que somos pedaços de cartões, corações partidos e mentes limitadas ao que os outros predefinem para nós. Já não somos donos de nós próprios. A dor já não é nossa, é de todos os outros. E para isso digo, que se foda a dor, é psicológica, que se lixe o futuro, é nosso para mudar, que sejamos nós próprios na menos mentira que consigamos encontrar.
terça-feira, 7 de abril de 2009
Sóbria voz que ecoa pelas escadas da glória
Sóbria voz que ecoa pelas escadas da glória, que me chamas nesta noite cheia de essências fantásticas e palavras deixadas para concretizar o vazio. Aqui a tua palavra vale mais do que os meus sentimentos, as minhas visões são obsessões que me preenchem os olhos e que constroem a tristeza. Que vitória tenho eu sobre os meus demónios se nem sozinho consigo dormir sem ser na posição do meu nascimento? E o ciclo recomeça, esta tristeza abate-se sobre mim outra vez, enquanto desejo o teu leito para descansar. E as palavras são escritas, ainda esta voz sóbria ecoa na minha cabeça, relembrando o meu orgulho pela glória de outrora.
"Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso."
Teme-me. Teme-me pela minha loucura, pelo meu vazio, pelo frio que sou e que te faço mostrar. Teme-me pela minha loucura, afasta-te pela minha carência habitual. Encontra o medo de te magoares e afasta-te de mim. Empurra-me para longe, não te quero magoar. Não desejo retirar-te a inocência que te faz tão linda, nem a tua criança que tanto me faz querer abraçar-te. Já me repudiaste, já expulsei de mim a minha incapacidade de sentir. Faço de mim um boneco a avançar contra mais uma parede, com um sorriso cozido à estupidez da falta de pensamento e uns olhos muito abertos à cegueira que me condena à eterna dor nos momentos de felicidade. Mas no escuro somos iguais, eu - uma pequena criança com medo de existir e sentir - e tu - um amor que confesso não existir uma vez mais.
"Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é uma ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho. "
É o meu desconhecimento que trata do meu contentamento de estar aqui. Vivo para aprender e luto para chegar a uma loucura mais profunda, um novo nível de degredo, estragando este solo feito pelos que já percorreram esta gruta, contaminando-o com novas palavras que se pensam ser pensadas mas na realidade são despejadas como fardos nas costas. Aqui os relâmpagos são mais fortes, aqui as trovoadas somos nós. Aqui caio ao chão à vontade e levanto-me outra vez sozinho, por vontade própria, por saber que há uma escuridão maior onde os meus amigos me esperam. Percorro estas grutas, afasto-me de ti, exprimo a minha raiva pelo silêncio e destruo almas com as minhas asas libertas. E os meus demónios olham-me com os seus olhos brilhantes, temem-me pela loucura que procuro e escondem-se por não poderem amar-me e odiar-me ao mesmo tempo.
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...
"Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso."
Alberto Caeiro - "I - Eu Nunca Guardei Rebanhos" - "Guardador de Rebanhos"
Teme-me. Teme-me pela minha loucura, pelo meu vazio, pelo frio que sou e que te faço mostrar. Teme-me pela minha loucura, afasta-te pela minha carência habitual. Encontra o medo de te magoares e afasta-te de mim. Empurra-me para longe, não te quero magoar. Não desejo retirar-te a inocência que te faz tão linda, nem a tua criança que tanto me faz querer abraçar-te. Já me repudiaste, já expulsei de mim a minha incapacidade de sentir. Faço de mim um boneco a avançar contra mais uma parede, com um sorriso cozido à estupidez da falta de pensamento e uns olhos muito abertos à cegueira que me condena à eterna dor nos momentos de felicidade. Mas no escuro somos iguais, eu - uma pequena criança com medo de existir e sentir - e tu - um amor que confesso não existir uma vez mais.
"Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é uma ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho. "
Alberto Caeiro - "I - Eu Nunca Guardei Rebanhos" - "Guardador de Rebanhos"
É o meu desconhecimento que trata do meu contentamento de estar aqui. Vivo para aprender e luto para chegar a uma loucura mais profunda, um novo nível de degredo, estragando este solo feito pelos que já percorreram esta gruta, contaminando-o com novas palavras que se pensam ser pensadas mas na realidade são despejadas como fardos nas costas. Aqui os relâmpagos são mais fortes, aqui as trovoadas somos nós. Aqui caio ao chão à vontade e levanto-me outra vez sozinho, por vontade própria, por saber que há uma escuridão maior onde os meus amigos me esperam. Percorro estas grutas, afasto-me de ti, exprimo a minha raiva pelo silêncio e destruo almas com as minhas asas libertas. E os meus demónios olham-me com os seus olhos brilhantes, temem-me pela loucura que procuro e escondem-se por não poderem amar-me e odiar-me ao mesmo tempo.
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...
Alberto Caeiro - "II - O Meu Olhar" - "Guardador de Rebanhos"
quarta-feira, 4 de março de 2009
E com alma escrevo
E com alma escrevo,
Sem importância ou relevo,
Para ti e para os teus pensamentos que ora julgo ocupar
Ora me vejo a abandonar.
Mas dou ênfase ao que não vejo mas sinto, invento que apenas penso e descubro que penso de forma alguma, simplesmente respondo. E que os trovões me iluminem o caminho e que a chuva me aqueça mais o coração solitário que espera arder e que de fogo não tem nada senão engano. Que o batimento seja o seio da alma e o som dos trovões o pai de todas as lágrimas que largo das nuvens a teus pés. Venha então o nascer do Sol, o prelúdio do novo dia para vir, em que palavras de nada nos servirão que não pronunciadas olhos nos olhos, de coração para coração. E desvaneça eu ali, caia-me o corpo e voe-me a alma se lágrimas ou sorrisos não provocar em ti, se nem um abraço sufocante e sentido venha de ti.
Ah, dona do meu ser e da minha domada revolta,
Porque não aceitas em ti o pouco que te tenho a oferecer, o meu esforço e a minha desolação?
É por minha imutável adoração, a minha cega ambição e a minha recusa de desistir?
Ou é por igual egoísmo teu de não mudar e aprender que há prazer na dor?
Sem importância ou relevo,
Para ti e para os teus pensamentos que ora julgo ocupar
Ora me vejo a abandonar.
Mas dou ênfase ao que não vejo mas sinto, invento que apenas penso e descubro que penso de forma alguma, simplesmente respondo. E que os trovões me iluminem o caminho e que a chuva me aqueça mais o coração solitário que espera arder e que de fogo não tem nada senão engano. Que o batimento seja o seio da alma e o som dos trovões o pai de todas as lágrimas que largo das nuvens a teus pés. Venha então o nascer do Sol, o prelúdio do novo dia para vir, em que palavras de nada nos servirão que não pronunciadas olhos nos olhos, de coração para coração. E desvaneça eu ali, caia-me o corpo e voe-me a alma se lágrimas ou sorrisos não provocar em ti, se nem um abraço sufocante e sentido venha de ti.
Ah, dona do meu ser e da minha domada revolta,
Porque não aceitas em ti o pouco que te tenho a oferecer, o meu esforço e a minha desolação?
É por minha imutável adoração, a minha cega ambição e a minha recusa de desistir?
Ou é por igual egoísmo teu de não mudar e aprender que há prazer na dor?
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Empty shed
Love, I'm leaving you again. All I wanted was pleasure all along and in the end pain was meant to be. In this house that I've been building in my mind, the room with the empty bed belongs to me. Those sheets with tainted letters are called disease with four simple words that cause so much lies and pain to the naivest and weak. This wicked life that I see in front of me, this lone path that I've taken by option to follow leaves me so hollow. So I came down to myself, broke down the walls, took out the bed along with curtains and the windows. So much time left yet such a desire to leave this empty shed.
After so much blood gone to waste, tears wouldn't wash this loss away. Your grave is kept grey and the grass is as green as the eyes of destruction could be. So the dust covers the memories and the rust fills the guitar. Once again those six strings cry a chord and make a melody in the white room. It's a nail, a stone that reminds me that you were here and now gone. Who would come to say that I would hang that old body in the storage outside, in this October that was more than brown and yellow? In my head, everything falls to place, as well as the puzzle get completed and generates an image of the perfect sunset with your shadow, your hand holding the hair that flies with the wind, a lonely tear painted grey with life.
Tomorrow brand new melody, in the blue morning of the birds, I'm in constant mourning and relived from this burden. I left behind that cliff of despair, what more can I do? Tears won't bring the memories to life. This epiphany is the demonstration of the halo that burns over my head. And time... time just seems to take away the hair and the hopes, along with the sea that separates your world from mine. It continues black, uncertain, this fog blinds. I struggle myself and my egocentric mind awakens to one more text of sadness and talking about me and my pain, my fantasies and dreams. Burn the paper, destroy the world, let the beginning of utopia come, so unplanned but desired. As my forest grows, within me parasites, let them burn in the bushes of secrecy. And then let this empty shed fall down, down to the ground.
After so much blood gone to waste, tears wouldn't wash this loss away. Your grave is kept grey and the grass is as green as the eyes of destruction could be. So the dust covers the memories and the rust fills the guitar. Once again those six strings cry a chord and make a melody in the white room. It's a nail, a stone that reminds me that you were here and now gone. Who would come to say that I would hang that old body in the storage outside, in this October that was more than brown and yellow? In my head, everything falls to place, as well as the puzzle get completed and generates an image of the perfect sunset with your shadow, your hand holding the hair that flies with the wind, a lonely tear painted grey with life.
Tomorrow brand new melody, in the blue morning of the birds, I'm in constant mourning and relived from this burden. I left behind that cliff of despair, what more can I do? Tears won't bring the memories to life. This epiphany is the demonstration of the halo that burns over my head. And time... time just seems to take away the hair and the hopes, along with the sea that separates your world from mine. It continues black, uncertain, this fog blinds. I struggle myself and my egocentric mind awakens to one more text of sadness and talking about me and my pain, my fantasies and dreams. Burn the paper, destroy the world, let the beginning of utopia come, so unplanned but desired. As my forest grows, within me parasites, let them burn in the bushes of secrecy. And then let this empty shed fall down, down to the ground.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Casa da criança de Novembro
Tenho uma indubitável paixão entre mãos. A questão é assassinada pela queda das águas no meio destas rochas. O som místico da natureza é considerável dentro de mim. Sinto-me no topo do mundo sentado nestas rochas, a olhar para o lago lá em baixo com os peixes a nadarem na sua inocência e ignorância. O simples reflexo do Sol nas suas escamas deixa-me num sonhos desta terra perfeita que não quero deixar. Os arbustos, as árvores, uma completa casa em que relaxo sem um único pensamento de ferro e aço. Nestes tempos de isolação perfeita, este monólitos são o meu refúgio e o reflexo da minha alma, rodeados do verde da relva. O vento uiva os suspiros dos lobos que me vêm fazer companhia, aquecer-me nestas noites e proteger-me da mão e mente da humanidade. Passeio por estas terras perdidas, enriquecendo a minha paixão.
No fim do dia encontro-me perante um campo de girassol, rosas e cravos. Aqui reside o meu coração e aqui ficará o meu sangue porque nem palavras nem expressões faciais - nem mesmo lágrimas - conseguem exprimir a minha felicidade e confiança que este sítio mágico cria. Aqui o tempo não passa então deito-me entre mares de espinhos e pétalas, observando as nuvens do céu e o azul que reflecte o mar. É como se tudo isto e eu no meio formássemos uma aurora invisível e desconhecida aos olhos negros de tudo o resto poluído. Aqui só entro e existo eu, na comunidade da Natureza e na sagrada ordem da Deusa. Não me consigo abandonar aqui e dividir-me por tudo o resto porque tudo o resto é o que quero sentir e exprimir por mim. Então ponho-me a caminho para outras terras de mim para que não perca tudo ao desejar o mundo.
Uma flor no cabelo, vou oferecê-la à minha imaginação por me permitir continuar a caminhar. Esta terra debaixo dos meus pés derrete-se em lama e reflecte os pedaços partidos da minha alma. Ainda aqui, não daqui sairei pelos gritos de ninguém. Nem ajuda será necessária a correr para as florestas verdes e castanhas das árvores sagradas onde me prendi uma vez por meditação. Debaixo do Carvalho central me sento e espero o orvalho matinal para completar esta paisaigem esplendorosa. O Sol a nascer uma vez mais atrás das montanhas, o vale lá em baixo incluído no meu sangue derramado. Aqui adormeço com a primeira gota de vinho na boca e a última do orvalho a abençoar-me. Que mais preciso aqui para além de mim?
No fim do dia encontro-me perante um campo de girassol, rosas e cravos. Aqui reside o meu coração e aqui ficará o meu sangue porque nem palavras nem expressões faciais - nem mesmo lágrimas - conseguem exprimir a minha felicidade e confiança que este sítio mágico cria. Aqui o tempo não passa então deito-me entre mares de espinhos e pétalas, observando as nuvens do céu e o azul que reflecte o mar. É como se tudo isto e eu no meio formássemos uma aurora invisível e desconhecida aos olhos negros de tudo o resto poluído. Aqui só entro e existo eu, na comunidade da Natureza e na sagrada ordem da Deusa. Não me consigo abandonar aqui e dividir-me por tudo o resto porque tudo o resto é o que quero sentir e exprimir por mim. Então ponho-me a caminho para outras terras de mim para que não perca tudo ao desejar o mundo.
Uma flor no cabelo, vou oferecê-la à minha imaginação por me permitir continuar a caminhar. Esta terra debaixo dos meus pés derrete-se em lama e reflecte os pedaços partidos da minha alma. Ainda aqui, não daqui sairei pelos gritos de ninguém. Nem ajuda será necessária a correr para as florestas verdes e castanhas das árvores sagradas onde me prendi uma vez por meditação. Debaixo do Carvalho central me sento e espero o orvalho matinal para completar esta paisaigem esplendorosa. O Sol a nascer uma vez mais atrás das montanhas, o vale lá em baixo incluído no meu sangue derramado. Aqui adormeço com a primeira gota de vinho na boca e a última do orvalho a abençoar-me. Que mais preciso aqui para além de mim?
A soul inside
Sometimes I miss you, those times are too much of pain to remember, those long ago times when we smiled together. Divinity crushed into infinity, a stars dream was our own and we stood on foot in the dead of the night. Without shame, we defied the skis, without fear, our heads crashed together creating a blind light. Although miles apart, we were glued to each other in heart and soul. And there was something special there, in a little time before the carfue of the soul. Then I felt stricken, now I'm just numb.
You felt like cancer to me, a dead weight that a strict diet couldn't kill. I drove through this land of forsaken mistakes and renewed the mountains with flowers of disdain and ignorance. I travelled in the fog, I consumed this evaporated water drops, all for the same old errors that a regular human should do. I wanted to see your blue sea eyes, caress your blond hair and to feel... simply feel. And I ran, distancing you from my carnal and soul intentions, I feared the change. I would preserve my emptiness. So I picked up my guitar and got on my way straight home.
Oh the sadness and the grieve I felt inside. Now the news related your death and your suicidal note was dedicated to me, with more love in each letter that I could ever feel for you. Your southern speech, the wind you brought along with you heat, when will I be able to defy the Moon again? Without your hand in mind, I'm a piece of cold and relentless fear, wishing you were here to punish and love me with your tender lips. You were the best torture that I felt and never again shall I feel again. Under this rain, I write words to you that are washed away and forgotten by the world but you shall never die inside me.
You felt like cancer to me, a dead weight that a strict diet couldn't kill. I drove through this land of forsaken mistakes and renewed the mountains with flowers of disdain and ignorance. I travelled in the fog, I consumed this evaporated water drops, all for the same old errors that a regular human should do. I wanted to see your blue sea eyes, caress your blond hair and to feel... simply feel. And I ran, distancing you from my carnal and soul intentions, I feared the change. I would preserve my emptiness. So I picked up my guitar and got on my way straight home.
Oh the sadness and the grieve I felt inside. Now the news related your death and your suicidal note was dedicated to me, with more love in each letter that I could ever feel for you. Your southern speech, the wind you brought along with you heat, when will I be able to defy the Moon again? Without your hand in mind, I'm a piece of cold and relentless fear, wishing you were here to punish and love me with your tender lips. You were the best torture that I felt and never again shall I feel again. Under this rain, I write words to you that are washed away and forgotten by the world but you shall never die inside me.
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
A taste of winter
I feel her slipping away, withdrawing from my hands in a second moment of light. She felt the pain and she battled inside but the grieve was too much, the damage to her soul had been done. Not by me but the was nothing I could do to change it. She wouldn't let me help. Now, she's a careless angel with wings that don't spread, she can't see them. She fled from within my hands and I feel so alone in this cold season. In this virgin snow I step of frozen tears mixture with blood. All mine and all dead. For the debut of her beauty in the deadly month of May, she burned my happiness and in the hottest month of August, she gave my eyes life once again. Now leaving to her past, she will not see what she left here, an imprisoned demon to her lack of confidence. She won't know the chains that keep me here, tortured, mistaken for another common mortal. She wouldn't help my soul. Now, no one within my security, she doesn't want me to die for her and I'm drowning in my emptiness. I can't do anything for her anymore.
One night of lights and laughter, I tasted your lips and you ran away. You shock your head away and used the first boat home to your mean of safety, your own self. I meant nothing to you yet you returned to that place with me. Your vision made me smile for days and nights. Your lips once again in mine and I was in a dream. A dream where you could smile and we held hands, no one else around mattered. We went home and words were the only night and life remaining here. You, in my bed, just the silence and the two of us. Life stood frozen in the dead of the night for us. Still you wouldn't look me in the eyes, still you refused to acquire the love that I felt and still feel for you. It was a last chance of acquaintance for this time. In the next morning you said goodbye and travelled through the fog, into uncertain waters. I couldn't see your face or make you smile again. More of a punishment that life itself. The words I typed with you in the nights of longing reached somewhere that wasn't you, still I saw you again. Once last time and you in my arms. Amidst the sunsets that I've never seen, in that unknown land that you walk around, I saw the trees with you and the sadness in your eyes. A day passed and I didn't even heard the hours pass. You just ran and I didn't saw you leave me behind. And so I left and the world wouldn't miss us at all. I wouldn't deserve another look from you.
Now I sit in despair, you're further and further, every word I write only creates distance. I can't tell you the reason of why you're still in me. I only feel that I lost all I had in a moment mistaken. This wasn't our time, will we get a second chance? But now you belong to the past, the nightmares control my nights when I don't have insomnia, the images of you are perpetrated and consumed and I only see darkness along with your arms reaching for mine yet distancing, going away until you're darkness as well. This blindness won't disappear and the world doesn't want me to perish, the Goddess won't let me to. I'm nothing and I can't give nothing that I didn't have tried to give you before. You're so much more of me, you mean too much for me, are you allowing me to let me die?
One night of lights and laughter, I tasted your lips and you ran away. You shock your head away and used the first boat home to your mean of safety, your own self. I meant nothing to you yet you returned to that place with me. Your vision made me smile for days and nights. Your lips once again in mine and I was in a dream. A dream where you could smile and we held hands, no one else around mattered. We went home and words were the only night and life remaining here. You, in my bed, just the silence and the two of us. Life stood frozen in the dead of the night for us. Still you wouldn't look me in the eyes, still you refused to acquire the love that I felt and still feel for you. It was a last chance of acquaintance for this time. In the next morning you said goodbye and travelled through the fog, into uncertain waters. I couldn't see your face or make you smile again. More of a punishment that life itself. The words I typed with you in the nights of longing reached somewhere that wasn't you, still I saw you again. Once last time and you in my arms. Amidst the sunsets that I've never seen, in that unknown land that you walk around, I saw the trees with you and the sadness in your eyes. A day passed and I didn't even heard the hours pass. You just ran and I didn't saw you leave me behind. And so I left and the world wouldn't miss us at all. I wouldn't deserve another look from you.
Now I sit in despair, you're further and further, every word I write only creates distance. I can't tell you the reason of why you're still in me. I only feel that I lost all I had in a moment mistaken. This wasn't our time, will we get a second chance? But now you belong to the past, the nightmares control my nights when I don't have insomnia, the images of you are perpetrated and consumed and I only see darkness along with your arms reaching for mine yet distancing, going away until you're darkness as well. This blindness won't disappear and the world doesn't want me to perish, the Goddess won't let me to. I'm nothing and I can't give nothing that I didn't have tried to give you before. You're so much more of me, you mean too much for me, are you allowing me to let me die?
sábado, 10 de janeiro de 2009
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Fool
Fool
A fool today, you'll be a fool everyday.
Changing,
Yearning for the change to come and burn the desire,
Awaiting to death to come and take you to the infernal fire.
Still, I'm standing still, for the right cause, for the right to be and to breath.
So cold,
This distance has got me old,
So I think of you and I destroy myself in a spiral of thoughts.
Imprisonment, dark caress in this cage,
The halo burning above my head,
Changing lights as I change the sorrow for melancholy.
And time stops,
And I stop with it, longing for you and your touch.
Trapped
Trapped by own will to my own self.
Drowning innocence,
Spending my time with you in a strange silence of a lie.
Absorbing insanity,
And quitting this fight.
So shame come on me and let the primal desire, a carnal temptation
Of a abstract painting to paint itself with dead colours.
And a gallery of frozen pictures,
Showing down the hallway
The blood of the souls and the touch that you gave me.
A fool today, you'll be a fool everyday.
Changing,
Yearning for the change to come and burn the desire,
Awaiting to death to come and take you to the infernal fire.
Still, I'm standing still, for the right cause, for the right to be and to breath.
So cold,
This distance has got me old,
So I think of you and I destroy myself in a spiral of thoughts.
Imprisonment, dark caress in this cage,
The halo burning above my head,
Changing lights as I change the sorrow for melancholy.
And time stops,
And I stop with it, longing for you and your touch.
Trapped
Trapped by own will to my own self.
Drowning innocence,
Spending my time with you in a strange silence of a lie.
Absorbing insanity,
And quitting this fight.
So shame come on me and let the primal desire, a carnal temptation
Of a abstract painting to paint itself with dead colours.
And a gallery of frozen pictures,
Showing down the hallway
The blood of the souls and the touch that you gave me.
A shell of lies
Thou art nothing more than something special to me.
And the distance, the cold nights, the stupidity of this fight are nothing more than pain. Surreal, unreal, this cold that covers my spine and goes through my lungs. Frozen, shortness of breath, I faint, falling to a darkness with no dreams, where nights pass along with no rest. Even though my eyes are closed, my mind is awake and so am I. The music keeps playing my feelings and the short memories of you are the wounds that burn through out the night and life. Once again deserted, failed to communicate how much I loved you. The words would play in my mind yet they wouldn't come out of my mouth into your ears and heart. Such a cold, I couldn't resist and succumb to this emptiness. And so I dirge into another insomnia in this psycho state - I repeat to myself, this is just another twist in life. This darkness burns all around me and I'm still so cold.
Keep me warm through this snowy times. Let us play like angels in white surface as the serpent rest along in the piece of our joy. Let the trees build society in the perfect away, in harmony of certain destruction. We'll be the parents of the revolution inside of the steel. And even though the tears won't break the building, we'll find peace in our own little selves, the Universe we've built. At the sunshine of our insanity, the rainbow of our loneliness, we couldn't have enough to give to have something to take. Construct the measurements to this distance and my fragility loops, timeless. And timelessly, I drift from a sea of rage to a land of melancholy. All because the snow keeps falling and I don't see your wings here nor the serpent's eye in the corner.
I'm chained to this curse. Definitely lost inside the same spiral, spinning over and over and over. Even the green seems purple to me now, distorted as my mind is. The only thing still clear inside this haze is the love that you made me feel and without mercy took to a sewer. Acknowledge that our times have passed, pitiless, shallow me. Counting cards to the downfall of the river, so shall I pass away into the spirits realm and hunt your passion at nights of Summer. In a Sun-yellow day, I'll chase you to the shadows and there find you naked, awaiting my phantasm touch. But my hands pass right through your skin and I sink in sorrow, almost poltergeist, you save me from self-destruction.
Leave the seas of the Mediteranian winds and travel to African wastelands, there you'll find the warmth I couldn't give you. Amidst the deserts find the wreath to dig a river and destroy what the Goddess has created. Follow you destiny of discerniment, desrespectful child of my passion. Proceed into the elite change of the warrior, find the blood to transform this demon in a complete imortal waste. Ashamed not to resist such a weak way to be with you again. Can't I just run into a blackhole and hide? Tell me I'm more than a petal in the rose that you are. I'm unable to keep up with this pain, put my eternal life to an end. It tires me so, having to run all the time, to hide my face and to still be judged by my silence. Let my twisted and pale hand go, I shall dream the dream again and never awake.
And the distance, the cold nights, the stupidity of this fight are nothing more than pain. Surreal, unreal, this cold that covers my spine and goes through my lungs. Frozen, shortness of breath, I faint, falling to a darkness with no dreams, where nights pass along with no rest. Even though my eyes are closed, my mind is awake and so am I. The music keeps playing my feelings and the short memories of you are the wounds that burn through out the night and life. Once again deserted, failed to communicate how much I loved you. The words would play in my mind yet they wouldn't come out of my mouth into your ears and heart. Such a cold, I couldn't resist and succumb to this emptiness. And so I dirge into another insomnia in this psycho state - I repeat to myself, this is just another twist in life. This darkness burns all around me and I'm still so cold.
Keep me warm through this snowy times. Let us play like angels in white surface as the serpent rest along in the piece of our joy. Let the trees build society in the perfect away, in harmony of certain destruction. We'll be the parents of the revolution inside of the steel. And even though the tears won't break the building, we'll find peace in our own little selves, the Universe we've built. At the sunshine of our insanity, the rainbow of our loneliness, we couldn't have enough to give to have something to take. Construct the measurements to this distance and my fragility loops, timeless. And timelessly, I drift from a sea of rage to a land of melancholy. All because the snow keeps falling and I don't see your wings here nor the serpent's eye in the corner.
I'm chained to this curse. Definitely lost inside the same spiral, spinning over and over and over. Even the green seems purple to me now, distorted as my mind is. The only thing still clear inside this haze is the love that you made me feel and without mercy took to a sewer. Acknowledge that our times have passed, pitiless, shallow me. Counting cards to the downfall of the river, so shall I pass away into the spirits realm and hunt your passion at nights of Summer. In a Sun-yellow day, I'll chase you to the shadows and there find you naked, awaiting my phantasm touch. But my hands pass right through your skin and I sink in sorrow, almost poltergeist, you save me from self-destruction.
Leave the seas of the Mediteranian winds and travel to African wastelands, there you'll find the warmth I couldn't give you. Amidst the deserts find the wreath to dig a river and destroy what the Goddess has created. Follow you destiny of discerniment, desrespectful child of my passion. Proceed into the elite change of the warrior, find the blood to transform this demon in a complete imortal waste. Ashamed not to resist such a weak way to be with you again. Can't I just run into a blackhole and hide? Tell me I'm more than a petal in the rose that you are. I'm unable to keep up with this pain, put my eternal life to an end. It tires me so, having to run all the time, to hide my face and to still be judged by my silence. Let my twisted and pale hand go, I shall dream the dream again and never awake.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
A freezing death
A death in the whisper of the wind, blood rejected in the wound, malice that never sleeps in this eyes. Ethereal battle inside repeated through out ages that more seem like nights of blindness and confusion. The dagger sinks deeper inside and finds only a bleeding heart to empty veins. Freezing body, white in ice, so far yet a reflecting bellow my feet. Discovered a letter bellow the ice and still I see her tears in it as I imagine her writing those words, lost in her loneliness. Amidst the honesty, there's a sign of pain, a rage for failure, atonement for her weakness to fall on her knees that night into my lips. And as I fell for her, she fell inside and became a broken toy once more. I reached a helping hand in my mind but to realise that I wouldn't be satisfying anyone but my self. Destroyed her, she left me. And with the letter in one hand, the dagger in the other and tears in her eyes, she killed herself.
A story is to be told. It was Spring, yet a summering vision was brought before me. In that camp of flowers where the deserts die, she was walking to no-where. Her lips moved and constructed a signal of lunacy but her eyes where as seductive as a serpents bite. I couldn't, I shouldn't resist this temptation. So I walked for what seemed to be countries of distance. She walked head down, never noticing me. And despair took over, she was in another world, building alone her Universe. In a wave of the wind her hair fell down so her hand moved and her head went up. Our eyes crossed but she flew away as quickly as my I almost died in that moment. But I couldn't resist, I had to fell her touch, had to be inside of her and kiss her lips. As the day submit and the day reign there, I moved through the flowers towards her. She was my only objective, I had to love her. This flowers ended and I walked in a graveyard where the only colour is grey and the Moon doesn't come out to play. Surrounded by her ghosts, depression has been put aside and a vast felling of nothing raised and dominated. I just had to yell my name but I was mute. In her mind only love exists. Grabbed her hand and ran from there.
Now in the Summer, we've built smiles together and the music was no longer mine, it was ours. I honestly could think that June was a day away from eternity. So it is still in my death bed and in my mind. She'd have conquered my heart and my soul but left me speechless. No matter, I had her hand in mine and her lips in my mind. Her head, her lines, hypnotic, frantic. Addicted, I couldn't breath. In our house, near the lake, we fell in joy and in love, swimming towards the horizon, never reaching the end. But breath should do no harm, she left me behind. She was still in her mind and in her Universe. In all truth, I believed in her. But she left. The house was empty and a could Autumn would stay in her place. No tears to replace the lake of summer in this house, she had fled once again to the graveyard. And a Autumn it took for me to get there again. Her sight was now a mirage, more beautiful that ever but with even a bigger despair created in me. And the distance was real, so I knew from the snow.
We entered the freezing Winter. How I missed the snow. Mute tears came from her eyes as she fell to her knees. She had spotted me as I walked forth in all my love and selfishness. I couldn't let her be, I tried to change her. And she yelled, for the first time I heard her voice. In fear and respect I stayed away. With one look she told to me that love was gone, only death would be with her in her acquaintance. So I flew away with the wind, fallen leafs cutting my skin but her words killing my soul. In mind I stayed there all night to make sure she would survive the cold but the body refused to move. The hate wouldn't let me swim again and the pride wouldn't let me think of her. But still I loved her in the cold and empty bed. And so I missed her, dying little by little inside. With a whisper of the wind I came to the lake to find her letter frozen and her body on the ice. The dagger had hit where no one else touched, her heart. And the tears in the letter underlined that I was her heart and soul, her body only needed rest. So I died with her, at the sharp hands of that dagger.
A story is to be told. It was Spring, yet a summering vision was brought before me. In that camp of flowers where the deserts die, she was walking to no-where. Her lips moved and constructed a signal of lunacy but her eyes where as seductive as a serpents bite. I couldn't, I shouldn't resist this temptation. So I walked for what seemed to be countries of distance. She walked head down, never noticing me. And despair took over, she was in another world, building alone her Universe. In a wave of the wind her hair fell down so her hand moved and her head went up. Our eyes crossed but she flew away as quickly as my I almost died in that moment. But I couldn't resist, I had to fell her touch, had to be inside of her and kiss her lips. As the day submit and the day reign there, I moved through the flowers towards her. She was my only objective, I had to love her. This flowers ended and I walked in a graveyard where the only colour is grey and the Moon doesn't come out to play. Surrounded by her ghosts, depression has been put aside and a vast felling of nothing raised and dominated. I just had to yell my name but I was mute. In her mind only love exists. Grabbed her hand and ran from there.
Now in the Summer, we've built smiles together and the music was no longer mine, it was ours. I honestly could think that June was a day away from eternity. So it is still in my death bed and in my mind. She'd have conquered my heart and my soul but left me speechless. No matter, I had her hand in mine and her lips in my mind. Her head, her lines, hypnotic, frantic. Addicted, I couldn't breath. In our house, near the lake, we fell in joy and in love, swimming towards the horizon, never reaching the end. But breath should do no harm, she left me behind. She was still in her mind and in her Universe. In all truth, I believed in her. But she left. The house was empty and a could Autumn would stay in her place. No tears to replace the lake of summer in this house, she had fled once again to the graveyard. And a Autumn it took for me to get there again. Her sight was now a mirage, more beautiful that ever but with even a bigger despair created in me. And the distance was real, so I knew from the snow.
We entered the freezing Winter. How I missed the snow. Mute tears came from her eyes as she fell to her knees. She had spotted me as I walked forth in all my love and selfishness. I couldn't let her be, I tried to change her. And she yelled, for the first time I heard her voice. In fear and respect I stayed away. With one look she told to me that love was gone, only death would be with her in her acquaintance. So I flew away with the wind, fallen leafs cutting my skin but her words killing my soul. In mind I stayed there all night to make sure she would survive the cold but the body refused to move. The hate wouldn't let me swim again and the pride wouldn't let me think of her. But still I loved her in the cold and empty bed. And so I missed her, dying little by little inside. With a whisper of the wind I came to the lake to find her letter frozen and her body on the ice. The dagger had hit where no one else touched, her heart. And the tears in the letter underlined that I was her heart and soul, her body only needed rest. So I died with her, at the sharp hands of that dagger.
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