sábado, 20 de outubro de 2007

Alteru

Leva-me tudo, tira este ser obscuro de mim e faz-me ver a luz do dia, a mesma luz que agora queima a minha pele. Ardendo por dentro eu caminho, esquecendo o passado e todos os que se cruzaram comigo no meu caminho para o destino. E todas as hipóteses de sobrevivência, todas os conselhos e lutas, desafios e sangue derramado foram em vão, pois a inocência esgotou-se e apenas eu caminho pelas sombras, procurando os teus olhos. Nos teus olhos procuro o conforto e a morte a toda esta solidão que se abate sobre mim mas tu escondes-te e foges mantendo esta nuvem de sofrimento sobre mim, deixando a chuva apagar o calor que vem do fogo de ódio e raiva que arde dentro de mim.
Não acredito no amor mas acredito em ti, ser de outro mundo que me vem assombrar os sonhos, até à luz do dia, caminhando pelo espaço aberto da minha mente enquanto as paredes se fecham e o céu se abate sobre a terra, formando o genocídio em massa que a minha alma precisa para se sentir segura. Sugas-me a energia do corpo e fazes-me sangrar, sangrar por ti, com um sorriso rasgado que lentamente desfalece e dá lugar às lágrimas que me escorrem dos olhos. Fazes-me esquecer da dor, fazes-me esquecer de mim próprio mas rapidamente me fazes lembrar da vida com um injecção de realidade vinda do teu ferrão. Sim porque és a escorpião fêmea que me mata lentamente com o teu veneno letal.
Preciso de uma explicação, preciso da tua compreensão mas tudo o que recebo é a ignorância e esquecimento dos factos verdadeiros da nossa relação.

Sem comentários: