terça-feira, 30 de outubro de 2007

Alma de perdição

E agora olho para as horas e reparo que já não estás cá. Apenas um rasto da tua alma que deixaste para trás para que eu continue contigo contigo na memória. Não era preciso, estás lá sempre, nunca de lá sais. Possuis-me a alma, rasgas-me a carne do meu corpo, ocupas a minha visão que me persegue em todo o lado. Perdição de alguém que se encontrou, voltaste agora para ser a minha. E ainda nem te mostras-te ao Sol que teima em queimar-me até aos osso.
Tens frio. Eu tento aquecer-te mas nada mais sai do que palavras que não aquecem a minha própria alma. Porque nem consigo convencer-me de algo que é mais forte do que eu demora a desaparecer, não consegue morrer, apenas se esconde fundo na alma onde os mais genuínos picos de raiva se encontram. E está com medo. Assim como eu estou de não conseguir estar contigo a todo o momento, não por disponibilidade mas sim por tu não quereres. E a resposta atrasasse, compreensivelmente, assim como a expectativa perdura até que o gelo derreta.
És a única flor no meu jardim murcho que teima em crescer até ao Sol e não te quero perder. Agarro-me a ti com toda a minha força para que fiques comigo mas ainda piora tudo. Não te quero magoar, não te quero fazer sentir vazia por dentro, não quero que morras, alma de perdição, mas também não quero que me faças perder no teu encanto mortífero. E respondo à indiferença e à distancia com palavras de adoração eterna e profunda. Ignorância àqueles que se interessem envolver, sinto-me bem contigo e é tudo o que interessa.

2 comentários:

My little Moon disse...

Tu escreves coisas tão bonitas pah

so me apetece chorar

Borrego disse...

Sim, muito bonitas.