terça-feira, 23 de outubro de 2007

Permanente cegueira

Joana: Liberta a mente, deixa que as palavras escorrerem da tua boca para o vazio, apenas um mensageiro para a minha alma, um elo, uma corrente na qual uma ponta és tu e a outra sou eu. E somo iguais, um reflexo de espelho distorcido. Envia a tua luz pelo meio da neblina, rodeada da escuridão que vai apertando, esmagando os ossos e tirando o ar dos pulmões até que chega a morte, meu pai, e te tire dessa sala maldita onde passam o filme da tua vida vez sem conta, fazendo-te chorar e renunciar à salvação da tua alma através do teu corpo. Mata o passado com apenas um gesto, limpa as lágrimas e afasta as mágoas. Dá-me a mão e prossegue o teu caminho.
Kath: Continuas a ser aquilo que és, não enganas ninguém, não tens a felicidade nem a infelicidade da ingenuidade porque continuas na idade da inocência, não de mente, mas de corpo. Não tocado, não profanado, não te queria fazer pensar constantemente em coisas que te perturbam e magoam. E, em vez de ajudar, apenas me afundo, cada vez mais porque continuo na minha ignorância, profanando blasfémias, sempre com esperança de que um dia me respondas da mesma forma. Os meus sonhos atormentam, a minha morte é genuína e possuí a alma, dia e noite, confrontado-me cada vez mais com relatos de pseudo-vidas.
E vou-me mantendo cego, abstraído de palavras para perceber o que sou e o que estou a fazer agora.

2 comentários:

Carla Marques disse...

Vocês são jovens, só isso. vivam um dia de cada vez e tentem aproveitar as coisas boas que vos vão acontecendo. por que é qu têm medo de ser feliz?

Carla Marques disse...

já agora por que é que não escreves sobre a última coisa boa que te aconteceu? fica o desafio...