És a noite do meu passado, trazes contigo o ar fresco do luar, a brisa marítima de onde saímos ambos, enrolados numa desculpa de laço fino, sempre prestes a partir mas a nunca desistir, nunca a ceder à pressão.
Não te vi cair, não te vi desistir, mas este romance é tão recente que é apenas uma linha branca no horizonte. Talvez veja também lá verde, para dizer que ainda há esperança, mas entretanto é tudo tão vago, tão vago. E enquanto desvaneço ao sabor das ondas, vejo-te desaparecer. Vejo-te desistir tudo a que tentei que agarrasses. Não me faz mais forte, não me faz levantar e batalhar mais, mas não sei desistir. Talvez me sacrifique para que te mantenhas cá. Talvez ofereça ao buraco negro um último som de agonia para saciar a sua fome, para te salvar. Mas não vejo nenhum agora. És tu. E eu preciso de ti. Como te tirar de ti própria?
Diz-me, faço-te sorrir? Faço-te rir? Sai-te alguma gargalhada depois das imensas horas que passamos a falar? Talvez esteja enganado e tudo em ti seja uma ilusão, algo que eu quero que seja. Sabes, procuro, há imenso tempo, alguém para mim. Não alguém perfeito, alguém que aguente o meu feitio sem partir um mês depois. Quero encontrar esse alguém em ti mas tu fechas os olhos e voas de volta a uma folha frágil que se recusa voar até meus pés. Talvez sejam estes textos tristes que estejam errados. Ainda hei de te escrever mil e um textos de felicidade. Não é que não ma dês já, é que eu procuro em ti não um ser para mim ou feito por mim, quero um ser feliz. E aí serei mais feliz. Já o sou agora. Apenas tens de fechar o último buraco no meu coração.
1 comentário:
Olá!Texto cheio de sentimento,directo,intenso.Não desistas jamais.Luta pelo "impossível".
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