Será atracção ou apenas distracção? Um caminho infinito com inúmeras perguntas às quais não sei dar resposta. Sei que estou cego e que por isso não consigo ver. Não consigo ver a verdade atrás das cortinas vermelhas nem a verdade atrás das máscaras usadas pelas pessoas. Sei no entanto que a vida tem vários sentidos e que sempre nos deixa mal depois de nos deixar bem. Enoja-me profundamente saber que tudo o que vemos à nossa frente é falso: a felicidade, o amor, os amigos... Enoja-me saber que à nossa frente a única verdade é o fim das nossas vidas.
Remamos na nossa vida à procura de algo ou mesmo do significado da vida. Não o achamos porque não o queremos aceitar. É muito simples, no entanto, a resposta: o único sentido de esta vida é a morte pois representa tudo o que acreditamos, queremos, possuímos e temos medo. Não o aceitamos pelo simples facto que acreditamos naquilo que temos durante a vida e porque sabemos que aquilo é o fim. Mas, como tudo na vida, a própria vida tem um fim e acabamos sempre perdidos onde quer que seja e, acima de tudo, esquecidos. Voltamos àquilo que gostaríamos de ser. Talvez um dia o possamos dizer. Tiramos fotos e guardamos memórias para talvez um dia, quando tivermos a morte à porta, nos lembrarmos-nos desses tempos. Choramos pois será o fim daquilo que realmente gostamos e do que realmente nos faz dizer: "Vivemos". Acabará esse dia por vir, mas será que teremos a consciência ou tempo suficiente para nos apercebermos de que está na altura. Apenas os eleitos, sem dúvida, o conseguiram. Eleitos, aqueles que têm noção do que se passa à volta deles e que sabem que viveram sem quaisquer dúvidas nem hesitações. Todos os queremos ser, pois eles realmente não têm medo e atiram-se de cabeça para os desafios e obstáculos da sua vida. A inveja e o medo nunca aparecem nas suas faces, por mais estranha, embaraçosa ou humilhante que seja a situação. Sentimento sem fim, guerra no mundo porque de facto vivemos e caminhos no sentido da vida: a morte.
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