Sentimentos como estes, dores que sinto no meu peito, espinhos cravados no meu coração, o quente excessivo de um leite matinal, que me fazem lembrar de que sou dos poucos que vêm o mundo de uma perspectiva diferente, da perspectiva que nos é real. Se todas as rosas que vejo à minha frente me fazem lembrar de ti e se te amo tanto porque choro eu? Porque fico melancólico ao pensar em ti a caminho de casa? Mais uma vez falhamos na comunicação e cada vez menos tenho esperança em nós. Sobrará apenas a mágoa e as cicatrizes de mais um amor falhado.
Notícias erradas vêm dos lados errados, acontecimentos felizes vêm dos sítios mais mortos de sempre. Cairei num sono profundo, tão profundo que nem mesmo a tua voz irei ouvir. Sairei desta dor de mundo e desta falha feita por alguém desconhecido ou mesmo não existente que criou esta sociedade. Escrevo esta carta como representação de amor por ti e de amizade pelos meus amigos. Despeço-me de tudo o que é verdadeiro e importante para mim e deixo este mundo governar o que outrora era meu. Deixo o meu espírito ao meu amor e vendo a minha alma ao Diabo pois nada mais este mundo espera de mim e, já sem forças, não consigo resistir por menos que queira desistir.
Desistir, essa palavra que afecta e atraí tanta gente. A mim apenas me diz o que não faço e que não sou. Eu vivo a minha vida do nada, construo a minha própria sociedade da minha alma e vivo aquilo que posso, deixando para trás aquilo que não me interessa e que não me diz respeito. Deixo para trás lembranças da minha vida e deixo marcas nas pessoas que me eram mais próximas apenas para ter alguém que me diga "até nos vermos outra vez" quando eu partir.
Porque eu remo contra a maré neste mundo de sociedade corrupta e deixo aqui a minha memória e vida nesta carta de despedida...
Despeço-me dos meus amigos,
da minha vida,
do meu amor,
e dos que me são importantes,
até nos vermos outra vez.
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