sábado, 31 de março de 2007

Àguas Passadas

Como a Primavera,
O vento sopra,
e eu faço uma cara severa,
enquanto as folhas dão uma volta.

Como o Verão,
o calor do amor,
e da paixão,
deixam o seu ardor.

Como o Outono,
as folhas caem,
e eu deixo de ter sono,
e as palavras saem.

Como o Inverno,
estou frio,
estou sério,
e repouso num rio.

Como as estações,
eu mudo,
aprendo lições,
e ao mesmo tempo fico surdo.

Volto à minha infância,
quando era sempre Verão,
e sempre sentia ânsia,
mas agora deixei de ser são.

Ainda penso nesses tempos,
com a melancolia a encher-me,
mas agora foram levados pelos ventos,
mas deixem-me preencher-me.

As saudades ainda restam,
As lágrimas já foram derramdas,
Quaisquer que as pessoas sejam,
São àguas passadas.