sábado, 3 de março de 2007

Conto de Amor

De madrugada abro os olhos e sinto a tua presença no ar. Levanto-me da cama e começo a vestir-me sempre com a impressão que estás comigo. Saio do quarto e olho para trás apenas para confirmar se estás lá ou não. Não estás e isso entristecesse-me. Continuo e tento não olhar mais para trás para não pensar em ti. Mas nos teus olhos me concentro, mesmo tu não estando ali, e reparo que tenho um sorriso estampado na cara fazendo-me parecer um parvo. Continuo a andar por esta casa que parece estar deserta e em ti continuo a pensar. Nos teus olhos, no teu sorriso, no teu ser... Na minha vida, um raio de Sol, poderás ser apenas tu ou a tua alma a penetrar na minha. De qualquer forma agrada-me sentir a tua presença muito embora não estejas comigo. Porque a tua presença aquece-me o corpo quando estou com frio e a tua alma aconchega a minha quando esta está perdida. Sei que não estás mas a tua presença está sempre aqui comigo.
Na minha longa viagem, ainda os céus estão pretos e as estrelas brilham, com a luz da Lua a reflectir no mar que está tão escuro como o céu. Ainda aí, cansado e sonolento, com os phones nos ouvidos e a ouvir as músicas dos Audioslave, continuo a pensar em ti e, da tua imagem que conservo mentalmente, começo a fazer um desenho da tua cara apenas para olhar para os teus olhos azuis. Nunca foi nem nunca será o mesmo pois a realidade é sempre melhor do que a ficção. Sim porque a ficção é muito melodramática e falsa neste tipo de coisas e a realidade pode ser contar com a vida cruel para lhe dar uma ajudinha. A viagem é longa e durante esse tempo todo em ti penso, por ti choro, por ti adormeço apenas para sonhar contigo. O céu fica mais clara, adquire aquele tom mais azulado característico dele mas mesmo esse azul não chega a ser tão belo como o azul dos teus olhos.
Fim da viagem, chego a um sítio que me traz várias memórias, dos meus tempos passados, dos meus amigos esquecidos, de toda a diversão que aquele belo lugar me deu e de todos os horrores que passei por lá. Mas nada move a tua memória na minha cabeça e da tua presença na minha alma. Mal me movo, alguém no fundo diz que é cansaço, ou alguém diz que é de sono, mas é a tua memória que me paralisa, o teu amor que me deixa inerte naquele lugar paradisíaco e a tua presença que me dá forças para não desmaiar. Nunca antes senti isto e nunca antes o esperei mas agora que o sinto não o quero deixar ir embora. Se seremos um par, não sei mas sei que daqui poderás arrancar-me o coração e alimentares-te dele que eu continuarei a amar-te. No fim do dia, neste lugar onde muito lutei e muitas chamas aticei, a tua presença ainda resta e o meu amor ainda arde por dentro da minha alma, tocando-me nos sítios mais obscuros da minha mente apenas para me lembrar de ti e para nunca mais te esquecer.

Contos de amores,
amores perdidos,
amores achados,
nenhum se compara ao que sinto por ti.
Para a minha deusa, Butterfly of Chaos, voa para mim.

1 comentário:

Ascadae disse...

O Amor tem asas para voar. Mas infelizmente só serve para voar para longe de nós. Arranja isco para que ele venha até ti. Mas quando isso acontecer não o tentes guardar numa gaiola, mas arranja mais isco, para ele voltar mais vezes!