Aquela música imponente passa na minha cabeça vez sem conta, melodia repetitiva e controladora na minha cabeça. As suas letras dão-me noção de que estou enloquecendo-me aos poucos, tomando conta dos meus pensamentos. As questões filosóficas que outrora se colocaram na minha cabeça vão-se dissipando aos poucos com o doce ritmo da música. Dão-me noção que estou perdido em mim próprio. Dão-me energia para saltar e sentir a raiva que contenho por dentro. Aquela música controla-me.
Institivemente ligo as colunas e selecciono a música, sem pensar, e, mais uma vez, deixo-me controlar pela melodia. Parece mentira tudo o que faço ou digo mas tudo isso é baseado no real significado de tais palavras proferidas por outra pessoa que não eu. Algo negro apodera-se da minha alma quando a música toca. Oiço os sinos da igreja a tocarem uma melodia suave mas quase surda. Ninguém a quer ouvir nem ela quer ser ouvida. Apenas a mim ela controla.
Ela faz da minha dor a dor dela. Ela partilha os meus pensamentos e toma conta do meu corpo quando não estou em mim. Ela responde às minhas questões e consola-me quando estou no desesperante silêncio da noite, a pensar no quanto eu gostaria de mudar o passado para aquilo a que eu desejo ser o futuro. Nada mais nem ninguém faz o mesmo por mim. Não o conseguem. Apenas aquela melodia secreta e hipnotizante o faz. Tal música controla-me.
Música ascendente do Inferno, vens para me assombrar ou para me ajudar? responde-me a esta pergunta enquanto fico hipnotizado contigo. Leva-me daqui.
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