quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Escuridão

Um buraco na parede, a passagem de uma bala que perfurou pessoas, paredes, árvores entre outras coisas. Por esse buraco eu espreito, com receio, procurando encontrar a resposta para as minhas perguntas na minha mente, os meus objectivos nesta vida, as opções que tenho para seguir em frente. Escondo-me quando vejo outro olho a olhar pelo pequeno buraco na parede. Tapo o buraco e escondo-me na escuridão do meu quarto. Um quarto que outrora conteve cores e vida. Agora apenas a escuridão e solidão dominam aquele refúgio para a minha mente, onde deixo os pensamentos mais profundos, presos debaixo da minha cama para nunca escaparem para o mundo exterior, onde causaria o caos e destruição da humanidade. talvez nem seria assim tão mau, tendo em conta que a humanidade já está a destruir tudo à sua volta.
Deito-me na cama e recomeço a reflectir. Os pensamentos presos voltam a soltar-se, correm como loucos de volta à minha mente e, a música que quebra o silêncio, ajuda-me a cair no sono profundo os pesadelos gerados pela mente tomam conta e assustam-me de forma a que fuja, que desperte para nunca mais voltar a adormecer. Mas a escuridão e a solidão controlam aquele quarto, o refúgio da minha mente e os pesadelos são facilmente derrotados e afastados, deixando-me dormir o sono eterno, do qual não desejo nem vou voltar a acordar. Olho para a escuridão enquanto me deixo cair no precipício do sono, não tentando puxar-me para cima mas sim tentando puxar a escuridão para baixo comigo, para nos escondermos para sempre de todo o mundo.

Sem comentários: