terça-feira, 7 de agosto de 2007

Fogo ardente

Caminho nas ruas inseguras da noite. Sinto o toque da tua alma. Conforta-me. Por tal continuo a caminhar. Sinto-te mas não te toco. Mas uma razão para caminhar. O nevoeiro tenta enganar-me. Quase que me cega, mas continuo a caminhar. Porque és tu que me aqueces a alma, são os teus olhos que me guiam, a tua alma que me chama. Fogo ardente que me tira lentamente a pele, revelando a alma contida por entra uma estrutura de ossos e uma camada de músculos. Continuas a aquecer-me durante a noite.
Nestas ruas que caminho, com o nevoeiro serrado a tentar enganar-me, com a morte a seguir-me, o calor do teu corpo é a razão pela qual continuo a caminhar. As sombras não passam de meras distracções que duram segundos, ilusões de objectos e pessoas que vemos. Mas como podem haver sombras se não há uma luz para iluminar os objectos e pessoas? Nada me importa agora. Este fogo ardente está a consumir-me por dentro. A ansiedade cresce rapidamente.
Continuo esta caminho obscuro com a esperança de te ver, talvez até tocar-te. Entretanto agradeço a solidão e o silêncio que me ajuda a reflectir.

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